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19/11/2024 20h16

Brasileiros estão abrindo mão da graduação para gastar com jogo do tigrinho, diz pesquisa

Levantamento mostrou que 35% dos interessados em fazer um curso superior não começaram por usar recursos com apostas on-line.
Brasileiros estão abrindo mão da graduação para gastar com jogo do tigrinho, diz pesquisa

Potenciais estudantes estão deixando de cursar o ensino superior por comprometerem sua renda com apostas on-line. O fenômeno preocupa as instituições privadas, que encomendaram uma pesquisa e descobriram que 35% dos interessados em fazer uma graduação em 2024 não começaram o curso por gastarem seu dinheiro com bets e plataformas de cassino virtual, como o jogo do tigrinho.

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Daniel Infante, sócio-fundador da empresa responsável pelo levantamento, a Educa Insights, estima que isso significa cerca de 1,4 milhão de pessoas.

 

— Os grupos educacionais agora têm as bets como um novo concorrente — afirma.
 

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Nas famílias com renda de até R$ 2,4 mil por pessoa — um público alvo importante para o setor —, esse indicador é ainda maior e chega a 39%. Quando se olha para os que ganham até R$ 1 mil per capita, vai para 41%. O levantamento entrevistou 10,8 mil pessoas de todas as classes sociais e de todas as regiões do país que pretendem ingressar em alguma instituição particular de ensino superior.

 

— O setor sempre trabalha em prol do seu crescimento, nunca contra outras formas de investimento. Mas, nesse caso, vamos discutir uma entrada no debate da regulamentação — antecipa Celso Niskier, diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).

 

De acordo com Magnho José, presidente do Instituto Jogo Legal (IJL), o Brasil vive um “hiato regulatório” que resultou numa “invasão de sites que não têm nenhuma preocupação com o apostador”.

 

— Eles estão fazendo um verdadeiro estrago nesse mercado, mas essa operação selvagem vai acabar no dia 1º de janeiro de 2025 — diz.

 

Entre as medidas que entrarão em vigor, estão o estabelecimento pelo usuário do máximo a ser gasto por dia, o cadastro de apostadores com reconhecimento facial e o registro de empresas autorizadas a funcionar no país. Segundo o representante das bets, elas vão limitar jogadores que buscam nos jogos “um meio de vida em vez de entretenimento”. No entanto, o formato de cassinos on-line — que, na avaliação de especialistas, estimula o vício — seguirá liberado.

 


Com informações de O Globo


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