O cavalo Caramelo, símbolo da resistência gaúcha durante as enchentes, foi aplaudido pelo público durante o desfile dos grandes campeões da Expointer, feira agropecuária realizada em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Os grandes campeões do gado de corte e leite, búfalos, cavalos e ovelhas, além dos produtos vencedores do concurso da agricultura familiar, foram anunciados no evento.

Caramelo foi resgatado do telhado de uma casa em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 9 de maio.

Desde então, ele vive no Hospital Veterinário da Ulbra, em Canoas. Em junho, o cavalo ganhou um microchip. A tecnologia permite identificar e monitorar a evolução da saúde do animal. Com o dispositivo, as informações vão para um banco de dados, sendo possível acompanhá-lo ao longo da vida.

Conforme a médica veterinária Louise Maciel, Caramelo está saudável e a estimativa é que ele tenha cerca de oito anos de idade.

"Ele foi pesado ontem e está com 305 quilos, cerca de 50 quilos a mais do que quando chegou aqui. Hoje ele não toma medicação e nem suplemento, está com o peso ideal para a altura que tem. Vivendo vida de cavalo de fazenda, acorda, come, dorme, caminha, grameia. Agora ele é um cavalo normal como todos os outros", ressalta Louise.

O tutor do animal não foi identificado, apesar de algumas pessoas se apresentarem no hospital como proprietários, o que não foi confirmado.

No dia 8 de maio, o Globocop sobrevoou o município de Canoas, um dos mais castigados pela enchente, e identificou um cavalo ilhado em um telhado. A repercussão do caso nas redes sociais levou o animal a ganhar o apelido de Caramelo.

O resgate foi feito pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo — veterinários acompanharam toda a ação. Caramelo precisou ser sedado porque a equipe foi alertada que, para o bote não virar, o animal não poderia estar acordado durante o trajeto.

Ainda dentro do bote, Caramelo foi colocado em cima de uma carreta e, em seguida, levado ao hospital veterinário, onde recebeu medicação para repor a quantidade de líquido perdida no período em que ficou ilhado.

A mobilização da população e das forças de segurança comoveu o país e sintetizou a relação histórica do cavalo com o povo gaúcho. O cavalo crioulo é animal-símbolo do RS e considerado patrimônio cultural desde 2002.