A insatisfação com o próprio corpo decorrente do acúmulo anormal de gordura é uma das principais consequências do lipedema. Doença que tem ganho cada vez mais atenção do público, principalmente das mulheres, com o problema de saúde que além de causar problemas estéticos, de auto estima, ainda causa inchaços, desconfortos e até dores. Condição que muitas vezes é confundida com varizes, retenção de líquidos e obesidade, que muitas famosas tem declarado sofrer com a doença.
“O lipedema é uma doença vascular crônica, com causas genéticas, que se caracteriza por ser o acúmulo desproporcional de gordura, principalmente em braços e pernas. Acomete mais as mulheres e prejudica a qualidade de vida, que somente foi reconhecida e entrou para a Classificação Internacional de Doenças (CID), em 2022”, explica o cirurgião vascular do Complexo Médico Provida, Dr. Renan Candemil.
Ainda não há uma resposta conclusiva de como surge o lipedema, mas a ciência aponta para a hereditariedade como determinante, entre outros fatores, como o sedentarismo, a obesidade e a existência de causas hormonais.
“Os sintomas são retenção de sangue e líquidos, causados pelo processo inflamatório da própria doença. Pode ocorrer dores e cansaço nas pernas, sensação de peso, desconfortos, formação de celulites que podem desencadear inflamações e fibrose, e também podem ocorrer a formação de hematomas, facilmente ao tocar ou pressionar as partes afetadas”, destaca o médico.
Para melhorar o problema crônico, o cirurgião vascular indica a realização de tratamento multidisciplinar, com acompanhamento médico. “É importante uma equipe composta por médico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, educador físico. Esses profissionais devem estar engajados no tratamento do lipedema e a equipe estar entrosada para traçar as melhores estratégias para cada paciente”, orienta Dr. Renan.
Portadoras
A tubaronense Cristina, de 47 anos, sofre com lipedema localizado nas pernas. Ela, assim como a modelo Yasmim Brunet, ex-participante do BBB Amanda Djehdian, a repórter do programa Mais Você, Juliane Massaoka, a ex-paquita da Xuxa, Tatiana Maranhão, entre tantas outras mulheres famosas.
“Sempre fiz atividades físicas, massagens localizadas e cuidei da alimentação. Mesmo assim, a gordura das minhas pernas não diminuía. Essa condição sempre mexeu com a minha autoestima, eu não usava shorts ou saias curtas, nem tão pouco gostava de usar biquíni. Me culpava por ser assim. Hoje sabendo que isso é uma doença crônica, sigo mais confiante, sem culpa, me cuidando, fazendo ainda mais exercícios localizados e seguindo as orientações médicas”, completa Cristina.