A estudante de medicina veterinária Carolina Arruda, de 27 anos, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e retornou para um quarto da Santa Casa de Alfenas. Desde a semana passada, ela está internada no hospital para um tratamento que busca reduzir os sintomas da doença da "pior dor do mundo", a neuralgia do trigêmeo.
Carolina publicou, nesta segunda-feira (15), vídeos em seu perfil em uma rede social, em que descreve como tem sido o processo e comemorou alguns avanços.
"Fiquei ao todo cinco dias sedada e nesses cinco dias foi feita a sonoterapia. Essa sonoterapia é para tentar levar o meu cérebro a um standby e sentir o mínimo de estimulação, tirar um pouco daquela dor aguda, aquela carga muito forte", começa a jovem.
Segundo Carolina, ela e seu médico conseguiram opções para custear os tratamentos. "A primeira parte desse tratamento já era gratuita pelo SUS, e agora a gente conseguiu outros recursos cirúrgicos e não cirúrgicos para o meu caso".
Na sequência da publicação, ela explica como serão as próximas tentativas para alívio das dores. A primeira linha de tratamento que será com um implante de neuroestimuladores na medula espinhal e em cima do gânglio de Gasser, região responsável pelas dores sentidas pela estudante. Os implantes deverão provocar um efeito de anestesia em cima do nervo.
Caso não tenha o resultado esperado, a opção seguinte seria um implante de uma bomba para soltar morfina de forma controlada. "Eu também tenho um recurso de ligar um botão num controle remoto para dar uma jogada de morfina a mais, e isso é bom para evitar ir ao hospital com tanta frequência", diz.
"Se também não funcionar, a gente ainda tem uma opção cirúrgica que é a descompressão microvascular do nervo do trigêmeo. Eu já fiz essa cirurgia, mas existe uma possibilidade de fazer uma outra nova. Se nenhuma das opções funcionar, a gente ainda tem um procedimento cirúrgico que chama nucleotomia, que é uma cirurgia muito pequenininha, muito minuciosa lá no cérebro, lá no núcleo do trigêmeo, que desconecta ele do cérebro. É uma cirurgia muito arriscada, com muitos poréns. Não é tão fácil, não é tão simples, mas a gente tem um monte de opções para tentar antes", segue Carolina.
Durante os cinco dias em que ficou internada na UTI, ela realizou diversos exames. Finalmente, uma ressonância magnética confirmou a origem da dor, o que também foi motivo para Carolina comemorar.
"A ressonância magnética feita na Santa Casa de Alfenas, que é uma das mais tops do mercado, mostrou exatamente aonde está o conflito neurovascular (...) Então mostrou exatamente onde é o local que estava causando dor. Eu fiz inúmeras, mais de 50 ressonâncias magnéticas que nunca tinham pegado exatamente o lugar. Tanto é que eu fiz uma cirurgia de descompressão e ela não foi bem-sucedida porque ela não separou onde tinha que separar o local", relata a jovem.
Ela finaliza a publicação elogiando os profissionais que a atenderam e reforçando a mensagem de esperança com o sucesso do tratamento. "O médico está esperançoso. Ele disse que não vai me prometer nada, mas eu também estou esperançosa com esse tratamento. Eu não acredito que estou sem sentir dor. Não acredito. Não sei se dá para ver no meu semblante, mas estou aliviada porque estou sem dor", conclui.