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29/06/2024 15h07

Dia do pescador: conheça a rotina e os desafios de pescadores do Farol de Santa Marta

Everaldo e João Luiz enfrentam diariamente os desafios do mar para garantir o seu sustento e o de suas famílias
Dia do pescador: conheça a rotina e os desafios de pescadores do Farol de Santa Marta

O Dia do Pescador é comemorado neste sábado (29) por ser Dia de São Pedro, o apóstolo pescador e que também é padroeiro dos pescadores. Nesta reportagem, mergulhamos na vida, rotina e desafios de Everaldo e João Luiz, dois pescadores experientes que moram no Farol de Santa Marta que enfrentam diariamente os desafios do mar para garantir o seu sustento e o de suas famílias.

 

Acompanhando ambos desde as primeiras horas da madrugada até o retorno com o pescado, descobrimos os segredos dessa profissão ancestral que exige coragem, persistência e cooperação entre as comunidades pesqueiras.

 

Uma rotina desafiadora

Everaldo Serafim Laureano, 47, desde seus 15 anos, encara uma rotina árdua como pescador no Farol de Santa Marta. A vida no mar não é fácil; enfrentar o frio, a chuva e as incertezas do alto-mar fazem parte do cotidiano. Ele descreve as temporadas de pesca, como a da tainha, de maio a julho, e a da anchova, que se estende até dezembro.

 

Entretanto, quando os períodos de pesca não estão ativos, a saída é buscar emprego temporário no verão para sustentar a família durante os quatro meses de inatividade.

 

Assim como Everaldo, João Luiz Nascimento, de 57 anos, ingressou na pesca aos 15 anos, seguindo os passos de seu pai, que já era pescador aposentado. Em suas lembranças, João recorda que sua mãe também contribuía com a atividade, auxiliando na retirada de mariscos. Fora da temporada de pesca, ele inicia sua rotina por volta das 6h, dirigindo-se ao galpão onde costuma arrumar as redes de tainha e realizar a manutenção do bote.

 

Já durante a temporada de peixe, João enfrenta um dos principais desafios: os temporais no mar. Ele destaca a importância das previsões do tempo para garantir a segurança dos pescadores. "Por vezes, já enfrentamos ventos sul de até 70 km/h em alto-mar, tornando o trabalho ainda mais desa- fiador", conta.

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O benefício do defeso

No cenário atual, Everaldo e outros pescadores têm que enfrentar novos desafios impostos pelo governo, como a cota de pesca de tainha, limitando sua atividade mesmo quando a abundância de tainha é visível na água.

 

Além disso, o pescador destaca as dificuldades de colocar manualmente o barco no ar e a falta de apoю governamental, recebendo apenas um salário-desemprego durante o período do defeso da anchova.

 

O benefício refere-se a um programa de proteção e sustentabilidade da pesca no Brasil O defeso é um período em que a pesca de certas espécies é proibida, permitindo que elas se reproduzam e garantindo a preservação dos estoques pesqueiros. Durante o período do defeso da anchova, que dura 4 meses, os pescadores são impedidos de capturar esse peixe para preservar sua população.

 

Para compensar o impacto econômico causado pela proibição da pesca durante esse período, o governo pode oferecer aos pescadores, esposas e filhos acima de 18 anos que também pesquem, um benefício financeiro temporário de um salário ao mês. Essa ajuda financeira visa auxiliá-los a enfrentar a temporada em que estão impedidos de pescar, permitindo que mantenham suas atividades e suas vidas cotidianas.

 

Equipamentos utilizados

Everaldo compartilha detalhes sobre sua rotina diária no mar: acordando às 3h da manhã, sem ter certeza da hora em que retornará ou se trará peixe em sua embarcação. Ele ressalta que, muitas vezes, após longas horas de trabalho, retornam com as mãos vazias. A Pesca da tainha e da anchova exige habilidade, baseando-se na observação visual e em alguns instrumentos simples como a sonda para determinar a profundidade.

 

Essa pesca exige equipamentos adequados e João Luiz explica detalhes sobre as redes utilizadas para a captura. A rede de tainha tem cerca de 400 "braços" de comprimento e 30 "braços" de altura, o que corresponde a aproximadamente 700 metros de comprimento e 54 metros de altura. Já a rede de anchova possui aproximadamente mil "braços" de comprimento e 7 "braços" de altura, totalizando cerca de 1800 metros de comprimento e 13 metros de altura.

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Os conselhos de pescadores experientes

Diante das adversidades enfrentadas, o pescador Everaldo oferece conselhos a outros pescadores e àqueles que sonham com essa profissão. Ele alerta que não é mais tão fácil tirar o sustento da pesca e que as dificuldades têm aumentado com o passar do tempo.

 

"É necessário criar uma reserva financeira durante o verão para enfrentar os momentos mais dificeis". A pesca se tornou uma atividade cada vez mais complicada, exigindo dos pescadores coragem e resiliência para continuar enfrentando o mar em busca do seu ganha-pão.

 

Conforme João Luiz destaca, a temporada da tainha é fundamental para a subsistência dos pescadores. O sucesso dessa safra é determinante para a continuidade da atividade. A expectativa é que, com a luta e a união dos pescadores, a pesca artesanal continue a prover sustento e preservar a tradição e cultura das comunidades pesqueiras.


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