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Segurança
16/11/2024 15h54

Delator do PCC chegou a ficar 21 dias trancado em casa com medo de morrer

Vinicius foi morto com dez tiros por dois homens não identificados e encapuzados.
Delator do PCC chegou a ficar 21 dias trancado em casa com medo de morrer

O delator do PCC assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, Antônio Vinícius Gritzbach, contou à polícia que passou 21 dias sem sair de casa, junto com a família, com medo de ser morto por integrantes da facção criminosa.

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Vinicius foi morto com dez tiros por dois homens não identificados e encapuzados. Eles carregavam fuzis e atacaram o empresário na área de desembarque do Terminal 2. O crime ocorreu na sexta-feira (8) e foi gravado por câmeras de monitoramento. Até a última atualização desta reportagem, nenhum dos assassinos havia sido identificado ou preso.

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Nos autos, em um dos pedidos de soltura de Gritzbach, então preso preventivamente por supostamente mandar matar outros dois integrantes do Primeiro Comando da Capital, a defesa argumenta que ele havia ficado “enclausurado em seu apartamento durante 21 dias, temendo por sua vida e de seus familiares”, porque “a todo o momento recebe informações que sua morte está decretada pelo PCC”. Isso foi em 2022.

 

A família passou a “ser ameaçada de morte, e por conta disso encontram-se aquartelados no seu apartamento, não podendo saírem [sic] sequer para fazer compras de alimentos e as crianças irem à escola”.

 

Gritzbach era acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, no Tatuapé, na Zona Leste da capital, em 2021. O primeiro era um integrante influente do PCC, envolvido com o tráfico internacional de drogas, já o segundo era seu motorista e braço direito.

 

O empresário teria mandado matar Cara Preta porque havia supostamente recebido dele quase R$ 200 milhões para investir em criptomoedas, mas teria desviado o dinheiro, e o golpe acabou sendo descoberto.

 

Uma das testemunhas protegidas ouvidas pela polícia relatou como o esquema funcionava. Segundo ela, Gritzbach operava a compra e venda de imóveis para Cara Preta no esquema de lavagem de dinheiro do PCC. Até que o empresário sugeriu a Cara Preta que ele deveria investir em criptomoedas, e os dois dividiriam os lucros. O integrante do PCC entraria com o dinheiro, e Gritzbach, com o nome dele e a operação do negócio.

 

O empresário então teria começado a mostrar tabelas com lucros extraordinários, e Cara Preta chegou a investir cerca de R$ 180 milhões em diversas moedas virtuais. Mas os lucros, de fato, da carteira, não eram compartilhados. Até que outras pessoas próximas a Cara Preta começaram a alertá-lo de que talvez não houvesse os ativos.

 

O empresário pediu prazos para devolver os valores, mas não os cumpriu. Isso porque ele estaria usando o dinheiro para comprar imóveis, carros, helicópteros, jet skis, etc. A desconfiança de que o dinheiro não seria devolvido teria gerado uma briga entre os dois e motivado a decisão de Gritzbach de mandar matar Cara Preta.


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