Um casal de Florianópolis, Thais e Miro, vivenciou uma situação extrema durante sua viagem rumo ao Ushuaia, Argentina. Surpreendidos por uma nevasca intensa, o carro em que viajavam atolou, deixando-os presos por horas na neve.
Após deixarem Santa Catarina, os catarinenses planejaram percorrer a América do Sul de carro. Depois de passarem pelo Chile, Bolívia e Peru, decidiram explorar a Argentina.
"Queríamos ir para o Equador, mas devido ao estado de sítio, optamos por não ir. Decidimos visitar essa região da Argentina no inverno, pois já a conhecíamos do verão de 2018", conta Thais.
Não esperavam, contudo, enfrentar uma nevasca tão severa. As neves chegaram mais cedo do que o usual, resultando em muitas estradas fechadas. A advogada explica que foram aconselhados a seguir pela Ruta 288, que aparentemente estava transitável, ao invés da Ruta 40, que acumulava um metro de neve. "Nos disseram que a Ruta 288 tinha apenas 20 cm de neve e que nosso carro 4×4 conseguiria passar sem correntes. Mas fomos pegos por uma nevasca e saímos da pista", relembra Thais.
Com a neve acumulando rapidamente, o casal ficou atolado duas vezes. A primeira foi mais fácil de contornar, mas a segunda vez exigiu cerca de três horas de escavação na neve. "Pensamos que o caminho melhoraria mais à frente, mas não foi o que aconteceu", diz Thais.
Sem sinal de telefone, a advogada decidiu ativar a Starlink, uma rede de internet por satélite. Consultando o mapa, viram que estavam a cerca de 15 km de Tres Lagos, na Argentina. "Busquei ajuda com as autoridades locais, mas elas só trabalham até as 15h e já era quase 17h. Ninguém respondeu. Então mandei nossa localização e um vídeo para uma amiga, explicando o que estava acontecendo, caso algo pior acontecesse", relata.
Enquanto Thais buscava ajuda, seu marido continuou cavando na neve, conseguindo mover o carro de ré por cerca de 15 metros. No entanto, ao tentar dar a volta, atolaram novamente. Após mais meia hora de trabalho, Thais guiou seu marido de ré por aproximadamente 700 metros até encontrarem um ponto com neve mais baixa. "Sentei na porta e fui guiando meu marido de ré. Conseguimos dar a volta e saímos de frente", conta ela.
Por volta das 18h de quarta-feira, finalmente saíram do local e, com pouca gasolina, chegaram a um ponto de emergência na estrada. Com um galão extra de combustível no carro, não precisaram acionar o resgate e conseguiram chegar a um hotel para passar a noite.
"Foi um perrengue que se transformou em uma história para contar", afirma Thais.
No domingo, 7 de julho, o casal chegou ao Ushuaia, a "cidade do fim do mundo". Pretendem ficar cinco dias por lá e, em seguida, seguir para El Calafate, se as condições das estradas permitirem. Após a Argentina, os próximos destinos são Pucón e Santiago, no Chile. Em setembro, retornam ao Brasil e, posteriormente, partem para a Ásia. Em 2026, planejam continuar a viagem na América do Norte.
Com informações de: NSC Total.