Segundo um primo da família, Carla Lessa pediu para o filho para ir para os fundos do local quando ambos perceberam a ação, mas ele notou a dupla nervosa e tentou intervir quando a mãe virou alvo, sendo baleado no pescoço, no antebraço e na mão direita.
"Segundo ela, o Matheus ainda chegou a comentar que eles seriam assaltados (quando ele viu os bandidos, que estavam de chinelo). Então, a mãe mandou ele ir pra trás do mercado. Eles anunciaram o assalto e estavam agressivos, então ele (o Matheus) foi para cima dos criminosos. Houve a briga, e ele foi baleado. O que mais dói é tirarem a vida de um garoto que tinha tudo pela frente", lembra o homem, que também comerciante.
O mercado não tinha câmeras de vigilância, e o circuito interno dos vizinhos estava desligado. Entretanto, imagens de ruas próximas do local foram colhidas e analisadas.
A família de Matheus tinha o mercado há anos em Guaratiba, mas moravam em Campo Grande, na Zona Oeste. O estudante cursava psicologia em uma universidade na Barra da Tijuca e costumava não estar naquele horário, mas estava de férias e ajudava a mãe no estabelecimento. A área é dominada pela milícia, segundo a polícia.
Vigília no local do crime
Na manhã de hoje (16), o mercado de Eduardo foi o ponto de peregrinação de amigos e conhecidos para saber onde será o enterro de Matheus. Entretanto, ainda não há informações sobre o local do velório e enterro. No local do crime, funcionários se ajoelharam, rezaram, acenderam velas e deixaram uma flor. Um cartaz diz: "Muita luz, Matheus, Deus cuide de você e sua família. Por motivos de falecimento, o estabelecimento estará fechado hoje", avisa.
O serralheiro André Hermínio Vieira, 45, que mora em frente ao local do crime, conta que chegou do trabalho minutos depois do crime e que a mãe do rapaz estava muito desesperada. "Foi uma movimentação muito grande de pessoas e ele já estava agonizando. Mesmo socorrido, eles não resistiu", disse. "O Matheus sempre foi muito batalhador. Trabalhava durante a manhã e estudava à tarde. Aqui sempre foi um lugar pacífico e tem se tornado um espaço muito perigoso", completou. Fontes: O Dia/Correio Braziliense