Segurança
22/11/2018 14h55
Polícia Civil cumpre quase 100 mandados contra "luxuosa" organização criminosa em Garopaba, Imbituba, RS e MS
Mais de 200 agentes cumpriram 92 mandados judiciais contra o grupo que teria movimentado cerca de R$ 2 milhões em apenas quatro meses.
Uma operação nacional da Polícia Civil, a ALL IN, foi desencadeada na manhã desta quinta-feira (22) em Santa Catarina, nos municípios de Imbituba e Garopaba; no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul para desarticular esquema criminoso envolvendo 46 investigados por venderem drogas para vários Estados, principalmente no Sul e no Sudeste.
Mais de 200 agentes cumpriram 92 mandados judiciais contra o grupo que teria movimentado cerca de R$ 2 milhões em apenas quatro meses. As ações em nas duas cidades de nossa região são coordenadas pelo delegado titular da Delegacia de Polícia de Garopaba, Walter Figueiredo Loyola.
Foram 10 meses de investigação da 1ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) e da Delegacia de Garopaba, com apoio de policiais do MS. Segundo a Polícia Civil, o nome “ALL IN” faz alusão a uma jogada de Poker onde se aposta todas as fichas para ganhar dos oponentes em uma única rodada, mesmo objetivo da operação policial.
O ponto de partida da apuração foi a apreensão de aproximadamente duas toneladas de maconha com traficantes gaúchos em Garopaba, no início do ano. Na ocasião, foram apreendidos R$ 80 mil e veículos de luxo.
Depois isso, foi apurado que o grupo do Rio Grande do Sul teria vínculos com traficantes dos outros dois Estados, trazendo para o país maconha, cocaína e crack de Foz do Iguaçu, no Paraná. O esquema envolveria também tráfico de armas, como fuzil e pistolas .40.
Com estas informações, a polícia solicitou os mandados à Justiça. São 35 de prisão preventiva, 46 de busca e apreensão e 11 medidas cautelares, estes últimos visando prevenir futuras ações criminosas. Os mandados foram cumpridos em São Leopoldo, Porto Alegre, Gravataí, Cachoeirinha, Passo Fundo e Canoas, no RS, além de São José, Florianópolis, Imbituba, Garopaba e Palhoça e em Ponta Porã, no MS.
Traficantes viviam no luxo e ostentação
Conforme o delegado Walter Figueiredo Loyola, lideranças do tráfico ostentavam carros e casas de luxo, faziam viagens e construíam casas. Em Santa Catarina, a organização atuava em Garopaba e Imbituba, onde também residiam, e na Grande Florianópolis.
"Chama atenção a grande quantidade de droga que movimentavam a partir de uma cidade pequena como Garopaba, de 20 mil habitantes. Embora não tenha sido apreendid, tudo indica que uma das lideranças tinha uma arma de calíbre restrito banhada ouro, além de fuzis", disse Loyola.
Distribuição
O delegado Guilherme Calderipe, do Denarc, disse que o grupo também desenvolveu um grande esquema de distribuição de entorpecentes. “No momento, estamos apurando o número de Estados que recebiam drogas deste esquema criminoso, mas são basicamente todos das regiões Sul e Sudeste”, ressaltou.
Segundo ele, a base da quadrilha era Santa Catarina, mas a venda de drogas e a lavagem de dinheiro e, envolvendo investimentos em contas bancárias, bem como a compra de veículos, eram comandadas por líderes gaúchos e catarinenses.