A Câmara de Vereadores de Tubarão prestou uma homenagem póstuma a Sérgio Rodrigues Peixoto, encontrado morto às margens do Rio Tubarão na última semana. A moção, proposta pelo vereador Everson Martins, foi entregue à família como reconhecimento pelos anos de dedicação de Peixoto à revitalização da praça localizada próximo ao Posto Universitário, no bairro Dehon.

Sérgio Peixoto era conhecido na comunidade por seu empenho na conservação do espaço público, que cuidava voluntariamente, garantindo melhorias para os moradores da região. No entanto, segundo relatos da família, ele teria tirado a própria vida após enfrentar forte pressão e ameaças de um vizinho contrário às mudanças realizadas no local. O desfecho trágico levantou questionamentos sobre as circunstâncias de sua morte, levando a família a entregar à polícia uma carta deixada por Peixoto, além de seu celular e outras provas, para que sejam analisadas no inquérito aberto sobre o caso.

De acordo com a nota lida pela família durante a homenagem na Câmara, a tensão começou quando um grupo de moradores solicitou a poda de duas figueiras na praça. No entanto, sem fiscalização adequada, uma das árvores acabou sendo totalmente cortada. O ato gerou indignação entre os vizinhos, e Peixoto, que zelava pelo espaço há mais de 30 anos, denunciou o ocorrido aos órgãos responsáveis, como a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Funat) e o Ministério Público. O caso, porém, não teve resposta efetiva, o que teria gerado atritos entre ele e os solicitantes pelo corte.

Ainda segundo a família, além da poda irregular, houve relatos de envenenamento das árvores e destruição de parte da estrutura da praça. A situação teria se agravado quando Peixoto começou a receber ameaças e se sentir intimidado por vizinhos que se opunham às suas ações em defesa do espaço público. Sentindo-se pressionado, ele teria entrado em um estado emocional fragilizado, culminando em sua morte.

A família encontrou uma carta deixada por Peixoto, na qual ele detalhava o sofrimento causado pela perseguição e pelo descaso das autoridades. No documento, ele pediu que nenhum de seus familiares desse continuidade ao trabalho de revitalização da praça, temendo que enfrentassem a mesma situação. Agora, os parentes buscam não apenas justiça, mas também que os órgãos públicos assumam a manutenção do local, garantindo que o esforço de Sérgio não tenha sido em vão.

O caso segue sob investigação, e a família pede que as autoridades aprofundem a apuração dos fatos, responsabilizando aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a tragédia. Além disso, há um apelo para que o poder público atue na preservação do espaço que Sérgio tanto cuidou, honrando sua memória e assegurando que outros cidadãos não passem pela mesma situação.