Um áudio atribuído a duas psicólogas do Núcleo de Terapias da rede NotreDame Intermédica, ao lado do Hospital Salvalus, mostra as profissionais zombando e maltratando duas crianças autistas durante uma sessão de terapia, que teria ocorrido na quarta-feira (12) de acordo com Marcia Pereira, mãe de um dos pacientes. A unidade fica no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo.
O filho de Marcia, de 6 anos de idade, é autista não verbal, e faz tratamento há dois anos na instituição, que já recebeu centenas de denúncias anteriormente após impor a redução do tempo de sessão das terapias.
De acordo com a mulher, é o marido quem leva a criança para as sessões de terapia. O homem teria percebido que, quando o menino chega à clínica, ele começa a se esconder e ter crise de pânico, gritando. Foi então que os pais tiveram a ideia de gravar a sessão por meio de um celular escondido na mochila do filho.
A sessão dura 40 minutos, e a sala é compartilhada por duas crianças – cada uma com uma terapeuta. O áudio enviado à reportagem mostra que as psicólogas se incomodam com o choro, o modo de falar e até mesmo o modo de mastigar dos pacientes.
Ao sair da sessão, uma das psicólogas reclama a um professor de educação física da clínica sobre a mania que um dos meninos tem de colocar a mão na boca. Em resposta, o profissional diz que já falou “para passar pimenta na mão dele”.
Segundo Márcia, o comportamento do filho mudou completamente nas últimas semanas. Ele teria se tornado agressivo, chegando a bater nos pais. Por isso, ela levou o menino a uma psiquiatra, que desconfia que a criança tenha adquirido outra condição em decorrência das sessões que passou no Salvalus.
“Ele sempre foi uma criança amável, gentil, muito carinhosa, com algumas dificuldades, mas sempre com vínculo com as terapeutas. Porém, no último mês, ele começou a apresentar um quadro totalmente diferente. Ficou agressivo, teve crises de grito, quebrando a casa, batendo”, disse a mãe.
Nota à Imprensa
A operadora repudia veementemente qualquer conduta preconceituosa ou desrespeitosa no atendimento aos seus pacientes. O episódio relatado vai contra os princípios da empresa, que tem como prioridade a segurança, o acolhimento e o respeito às famílias.
Ao tomar conhecimento do caso, adotou medidas imediatas. Os profissionais envolvidos foram demitidos, e a situação será formalmente reportada aos respectivos conselhos de classe, bem como as autoridades públicas competentes para apuração de eventuais práticas delituosas.
A Diretoria responsável está pessoalmente empenhada no caso, mantendo contato direto com as famílias para oferecer suporte e esclarecer dúvidas.
Como parte do compromisso com a transparência e a segurança, iniciou a instalação de câmeras de monitoramento em todas as unidades que atendem pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A medida, que abrange todas as unidades, visa reforçar a confiança das famílias e proporcionar um ambiente ainda mais seguro, sempre resguardando a privacidade dos pacientes. Reforça ainda que dispõem de canais de denúncia para garantir que qualquer irregularidade seja prontamente identificada e tratada com máximo rigor.
Segue à disposição para qualquer informação adicional e reafirma seu compromisso em fortalecer um ambiente de acolhimento, inclusão e respeito para todos.