Funcionários do Hospital Nossa Senhora do Pari, que fica no Centro de São Paulo e foi denunciado por fornecer furadeiras domésticas para cirurgias ortopédicas, afirmam que receberam ordem para esconder todos os equipamentos irregulares durante fiscalização da Vigilância Sanitária do estado realizada nesta quinta-feira (6).
O uso de furadeiras domésticas em cirurgias é proibido pela Anvisa desde 2008. A nota técnica, emitida pelo órgão, afirma que o uso representa um grave risco para a saúde e constitui infração sanitária por se tratar de produto sem registro na Anvisa.
Em nota, a Vigilância Sanitária disse que esteve no local depois da reportagem da TV Globo – que mostrou o uso das furadeiras domésticas – e não encontrou nenhuma irregularidade.
Os detalhes do convênio firmado entre a Prefeitura de São Paulo e o hospital Nossa Senhora do Pari são públicos e estão disponíveis no site da própria prefeitura. No documento, fica claro que o hospital é contratado para prestação de assistência à saúde e integrara o Sistema Único de Saúde.
E que o valor do repasse anual destinado ao hospital é de pouco mais de R$ 33 milhões. Ou seja, em média, R$ 2, 8 milhões por mês.
A direção do Hospital do Pari afirmou que cerca de 550 cirurgias por mês, e que tem o compromisso de atender a população com o mais elevado padrão de qualidade hospitalar.
Imagens gravadas no dia 24 de janeiro de 2025 mostram a precariedade na estrutura do hospital com goteiras no corredor. Médicos foram filmados usando furadeiras domésticas em cirurgias ortopédicas.
Nas imagens, é possível ver as furadeiras, que são proibidas pela Anvisa desde 2008, usadas pelos médicos com marcas de sangue e até com fios desencapados