O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros nesta sexta-feira (24) no Palácio do Planalto para debater alternativas que possam reduzir os preços dos alimentos. O tema tem sido uma dor de cabeça para o governo desde o início de 2024, quando o aumento no custo dos alimentos começou a impactar diretamente a avaliação popular do presidente.
A inflação no setor de alimentação e bebidas acumulou uma alta de 7,69% nos últimos 12 meses, contribuindo significativamente para o índice geral, que fechou o ano passado em 4,83%, acima do teto da meta inflacionária (4,5%).
Entre os participantes da reunião estão os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar). O objetivo é propor medidas que enfrentem os principais fatores responsáveis pela alta dos preços, como eventos climáticos extremos e a variação do dólar, que encarece itens importados ou voltados para exportação.
Impacto na população e na comunicação governamental
O aumento no custo dos alimentos é um desafio não apenas econômico, mas também político. Segundo o recém-empossado ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, o tema dificulta a relação do governo com a população. "Para muitos brasileiros, economia se traduz no preço da feira e do supermercado", afirmou o ministro.
Em reuniões anteriores, Lula já havia enfatizado que é responsabilidade do governo garantir comida mais acessível para as famílias brasileiras. “Todo ministro sabe que o alimento está caro. É nosso dever assegurar que ele chegue à mesa do trabalhador a um preço justo”, disse o presidente em encontro ministerial no início do ano.
Medidas em análise
O governo estuda iniciativas como a ampliação do Plano Safra, para aumentar a produção agrícola, e políticas de estímulo à redução dos custos de produção e distribuição de alimentos. Contudo, a gestão enfrenta dificuldades para atender à promessa de campanha de colocar "picanha e cervejinha" na mesa dos brasileiros, diante de um cenário global de inflação e instabilidades climáticas.
O presidente também destacou que a população pode colaborar, orientando as famílias a buscar alternativas mais econômicas e planejar o orçamento doméstico. “Se o tomate está caro, procure outro lugar ou substitua por algo mais barato. Não é ajudar o governo, é se ajudar”, sugeriu Lula em 2024, durante um evento.
Próximos passos
Ainda nesta sexta-feira, o presidente receberá sugestões apresentadas pelos ministros durante reuniões preliminares realizadas na quinta-feira (23). A expectativa é que o governo anuncie nos próximos dias um conjunto de ações voltadas para amenizar o impacto da inflação no dia a dia dos brasileiros.