A juíza da 12ª Vara Criminal do Recife, Andrea Calado da Cruz, determinou nesta quinta-feira, 9, o arquivamento de inquérito contra o cantor sertanejo Gusttavo Lima por suposta lavagem de dinheiro por meio de sites de apostas, mas ressalvou que o caso pode ser reaberto se surgirem novas provas. A magistrada atendeu ao pedido feito pelo Ministério Público pernambucano, que diz que não tinha provas para oferecer a denúncia, e também determinou a restituição do passaporte e o desbloqueio dos bens do músico apreendidos.
O caso vai continuar sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba, estado onde fica a sede de duas empresas investigadas, a Esportes da Sorte e a Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos. “Considerando que o Titular da Ação Penal, órgão responsável pela propositura da ação, optou por não apresentar denúncia, em conformidade com o disposto no art. 28 do Código de Processo Penal, determino o arquivamento do presente inquérito policial, ressalvando-se, porém, o disposto no art. 18 do mesmo diploma legal, que prevê a possibilidade de reabertura do procedimento caso surjam novas provas“, argumentou a magistrada.
Em setembro, Cruz chegou a expedir uma ordem de prisão para Gusttavo Lima, dentro da mesma investigação que colocou a influenciadora e advogada Deolane Bezerra atrás das grades. Na época, ela determinou a apreensão de uma aeronave do cantor e disse que haveria fortes indícios de que ele estava envolvido em esquemas criminosos junto com os donos da casa de apostas Vai de Bet e Esportes da Sorte, que também foram beneficiados com a decisão desta quinta.
O caso estava se arrastando há semanas devido ao embate entre a magistrada, que é quem preside a investigação, e o Ministério Público, que é quem pode ou não propor a ação penal. A promotoria havia pedido o arquivamento do caso em relação à parte dos investigados (incluindo Gusttavo Lima), mas queria aguardar a conclusão de algumas diligências, bem como levar parte das provas ao conhecimento do Ministério Público da Paraíba. Cruz afirmou que o movimento era “ambíguo” e não aceitou o pedido de arquivamento.
Nas últimas movimentações do caso, o MP de Pernambuco disse que enviou à Paraíba, por conta própria, trechos da investigação. A decisão desta quinta não isenta Gusttavo Lima de ser investigado pelo mesmo episódio em outras instâncias, sobretudo se surgirem novas provas.