Os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação de prédios dos Três Poderes em Brasília, completam dois anos. A data será marcada por eventos em defesa da democracia e pela devolução de obras de arte restauradas, vandalizadas durante as ações extremistas.
Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) contabiliza 371 condenações e 527 acordos de não persecução penal. Quase 900 pessoas já foram responsabilizadas pelos ataques, mas 650 ações ainda aguardam julgamento. Entre os condenados, casos de crimes graves, como destruição de patrimônio público e lesão corporal, resultaram em penas de até 17 anos de prisão.
Catarinenses entre os condenados
Santa Catarina também teve representantes entre os condenados. Nove pessoas do estado foram responsabilizadas, incluindo o músico Ângelo Sotero, de Blumenau, e a cozinheira Raquel de Souza Lopes, de Joinville. Alguns condenados chegaram a fugir para a Argentina após as sentenças, mas foram alvo de mandados de prisão no país vizinho.
Impactos na política e no STF
Os ataques também repercutiram politicamente, gerando uma rara convergência entre o STF, o Congresso e o governo federal para reforçar a defesa da democracia. A ideia de uma anistia aos envolvidos, ventilada inicialmente, perdeu força após novos episódios de violência, como o atentado suicida em novembro de 2023, que reacendeu a discussão sobre os riscos do extremismo.
Com mais de 1.500 ações abertas, os atos de 8 de janeiro seguem como um marco na história recente do país, refletindo os desafios da justiça em lidar com crimes contra o Estado democrático.