O preço do café deve superar os R$ 54,00 o quilo às vésperas do Natal, subindo de 10% a 15% no varejo, segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Café (Abic). Já em novembro, o valor do pó tradicional ou extraforte nas prateleiras estava R$ 49,50, acréscimo de ao menos R$ 8 em relação a julho.
As principais líderes de mercado, como 3Corações, JDE, do café Pilão, e Melitta devem reajustar os preços já na segunda quinzena de dezembro, antes das festividades de Natal e Ano Novo, e a expectativa é que a alta permaneça nos primeiros meses de 2025.
O motivo é a forte alta das cotações do grão arábica e robusta nas bolsas internacionais diante de uma oferta apertada para a safra 2025/26. Essa é a maior alta desde 1977, suportada pelo clima adverso, em especial, pelo período de secas que castigaram as lavouras do Brasil e Vietnã, principais produtores globais.
Celírio Inácio, diretor executivo da Abic, explicou à reportagem que o varejo já vinha repassando custos de produção ao pacote de um quilo, encontrado nos supermercados.
"No varejo, onde tínhamos, no início de julho, por volta de R$ 41 a R$ 42 o kg do café encontrado nas prateleiras, em novembro, já estamos falando de R$ 49,50. Isso já superou 17% de aumento”, pondera.
Outro reajuste de mais 10% a 15% ocorrerá em janeiro. Ao mapear os acréscimos por empresa, 3Corações, grupo que lidera o setor no país, deve repassar 21% a partir de 1 de janeiro de 2025.