Uma pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), revelou que a reprovação ao governo Lula entre os agentes do mercado financeiro atingiu 90%, um aumento significativo em relação aos 26% registrados em março. Apenas 3% avaliam o governo de forma positiva, enquanto 7% consideram a gestão regular. O levantamento foi realizado entre 29 de novembro e 3 de dezembro, com 105 gestores, economistas, analistas e outros tomadores de decisão do mercado financeiro. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais.
O aumento da reprovação está ligado à reação do mercado ao pacote fiscal proposto pelo governo, que inclui medidas de corte de gastos. Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, a pesquisa também mostrou uma percepção de que o Congresso não será o principal responsável por um ajuste fiscal efetivo, especialmente em relação a uma proposta de isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil.
Além disso, a pesquisa revelou que a avaliação do trabalho de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, caiu de 50% de aprovação em março para 41%, enquanto o número de respostas negativas aumentou de 12% para 24%. A insatisfação com o pacote fiscal é refletida por 58% dos entrevistados, que o consideram "nada satisfatório", e 42%, que o julgam "pouco satisfatório".
Com relação às perspectivas econômicas, 96% dos participantes da pesquisa acreditam que a política econômica do país segue na direção errada. Para 2025, 88% preveem uma piora da economia, enquanto 10% acreditam que ela se manterá estável e apenas 2% apostam em uma melhora. Em relação à taxa de juros, 66% dos entrevistados antecipam um aumento de 0,75 pontos percentuais.