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17/11/2024 12h58

Funcionários dizem que Abin não consegue detectar ameaças terroristas

O principal órgão de inteligência do país, dizem os funcionários, enfrenta um processo de sucateamento desde 2020.
Funcionários dizem que Abin não consegue detectar ameaças terroristas

Após as explosões na Praça dos Três Poderes, que estremeceram Brasília na noite de quarta-feira (13), funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmam que o órgão não tem recursos suficientes para detectar, de forma apropriada, possíveis ameaças terroristas no Brasil. 

 

O relato foi divulgado pelo portal Metrópoles.

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O principal órgão de inteligência do país, dizem os funcionários, enfrenta um processo de sucateamento desde 2020, com a situação se estendendo entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Antes de explodir artefatos no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Câmara dos Deputados, e se detonar em seguida, Francisco Wanderley Luiz fez publicações nas redes sociais dando sinais de que poderia realizar um atentado.

 

Funcionários explicam que o monitoramento e a detecção de ameaças em redes sociais com potencial para se tornar reais, depende muito de ferramentas tecnológicas e do cruzamento de informações em banco de dados.

 

De acordo com funcionários, a Abin atualmente enfrenta dificuldades em vigiar possíveis ameaças pela falta de softwares adequados. Além disso, servidores do órgão afirmam que até mesmo o acesso a sistemas como o Infoseg, que integra informações de órgãos de segurança pública, Justiça e fiscalização de todo o país, tem sido dificultado nos últimos anos.

 

Em nota divulgada na quarta-feira (13), a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), pontuou questões que podem inviabilizar o trabalho do órgão caso não sejam resolvidas.

 

Além da falta ou restrição de ferramentas tecnológicas, a Intelis afirma que dois dos principais problemas do órgão são a falta de orçamento e de pessoal. Segundo a nota, o orçamento da Abin é o menor nos últimos 14 anos, enquanto 80% dos quadros da Abin estão desocupados atualmente.

 

A estimativa é de que cerca de 1,1 mil pessoas sejam responsáveis por cuidar de todo serviço de inteligência brasileiro.

 

Servidores do órgão afirmam que a situação tem afetado desde a manutenção do espaço da Abin, onde plantas não estão sendo regadas por falta de água, até missões importantes como o acompanhamento de autoridades em viagens e compromissos.

 

“O Lula viaja para vários lugares, mas a Abin não tem acompanhado por falta de pessoal e verba”, disse um funcionário da instituição. “No G20, por exemplo, estamos atuando de longe, sem equipe de campo.”


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