Entidades empresariais de Santa Catarina avaliam os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a jornada de trabalho semanal para quatro dias. A medida, que altera a escala 6x1, foi apresentada pela deputada Érika Hilton (Psol-SP) e tem gerado discussões entre empresários e trabalhadores.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) alerta que a proposta pode impactar negativamente o mercado de trabalho industrial, agravando a competitividade já afetada por desafios como alta tributação e infraestrutura precária. Segundo a entidade, a Reforma Trabalhista de 2017 já oferece flexibilidade suficiente para acordos entre empregadores e empregados, sendo desnecessária uma imposição legal de jornadas menores.
A Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas de SC (Fampesc) também demonstra preocupação, destacando que as micro e pequenas empresas podem enfrentar aumento de custos e dificuldades na produção. Rosi Dedeking, presidente da Fampesc, reforça a necessidade de um amplo diálogo antes de qualquer alteração nas relações trabalhistas.
Custo Elevado à Indústria Nacional
Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) estimou que a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas por semana pode gerar um aumento de R$ 115,9 bilhões ao ano nos custos da indústria brasileira. Esse impacto resulta principalmente da necessidade de contratações adicionais para manter os níveis de produtividade.
As entidades concordam que, antes de adotar medidas como a redução da jornada, é necessário priorizar a qualificação da mão de obra e promover políticas que fortaleçam a economia sem comprometer o mercado de trabalho.
Essas discussões refletem o debate nacional sobre as mudanças na escala 6x1 e os desafios de equilibrar direitos trabalhistas com a sustentabilidade econômica das empresas.