Em Santa Catarina e outros estados brasileiros, a vacina da gotinha contra a poliomielite foi “aposentada” oficialmente nesta semana. O imunizante, aplicado aos 15 meses e aos 4 anos de idade, passou a ser substituído por uma dose de Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que é injetável.
A atualização foi feita pelo Ministério da Saúde em setembro deste ano e considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. Vale destacar que, desde 1989, não há casos notificados da doença no Brasil.
A dose injetável é aplicada no Brasil desde 1955. Ela vinha sendo aplicada em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de vida, desde 2016, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. As duas doses de reforço ocorriam com a VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Mudança para dose injetável
Em Santa Catarina, a injetável (VIP) foi adicionada ao calendário em 2012, em substituição às duas primeiras doses da “gotinha”. Quatro anos depois, houve, também, a substituição da terceira dose.
— A substituição da vacina VOP pela VIP faz parte do processo de erradicação da poliomielite no mundo. A vacina VIP protege contra 3 tipos de poliovírus enquanto a VOP protegia contra 2 tipos. Além disso, a VOP é uma vacina atenuada, ou seja, de vírus vivo, tendo contraindicações mais específicas e, mesmo que raro, maior chance de efeitos colaterais — explica a gerente de Doenças Infecciosas Agudas e Imunização, Arieli Schiessl Fialho.
— Já a VIP é uma vacina inativada, sem contraindicações específicas. Porém, para que a transição seja eficaz, precisamos ter coberturas vacinais adequadas e homogêneas. É importante ressaltar que, mesmo sem termos a vacina da “gotinha” no calendário, o personagem Zé Gotinha permanece na ativa, com a missão de educar e disseminar a informação para ajudar a ampliar a cobertura vacinal e garantir saúde à população — completa Arieli.