A Polícia Federal (PF) busca desarticular uma organização criminosa suspeita de lavar dinheiro oriundo de estelionatos cometidos contra milhares de pessoas no Oeste de Santa Catarina. Na manhã desta quinta-feira (7), uma operação batizada de Deadcoin, com a participação de cerca de 100 policiais federais, foi realizada em diversas cidades do Estado e no Rio Grande do Sul.
Na região do Oeste catarinense, os alvos estavam nas cidades de Chapecó, onde foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, e São Miguel do Oeste, onde foram cumpridos três mandados. Ainda em Santa Catarina, também haviam dois mandados para serem cumpridos em Jaraguá do Sul e um em Joinville, no Norte do Estado.
Ao todo devem ser cumpridos 28 mandados de busca e apreensão. Também havia alvos em Caxias do Sul (13), Bento Gonçalves (2), Três Coroas (1), Portão (3) e Sapiranga (1), no estado gaúcho, para onde foram expedidos, ainda, dois mandados de prisão preventiva. O alvo principal da operação foi preso, mas não foi informado quem ou de onde ele é. São investigados 58 suspeitos, entre pessoas físicas e jurídicas.
“Durante as investigações, a PF identificou que a organização criminosa atuava oferecendo investimentos com rendimentos irreais sobre o capital depositado. Inicialmente, as vítimas do esquema recebiam um suposto lucro, que servia para ganhar a confiança delas. Após realizarem depósitos ainda maiores, elas não recebiam mais nenhum retorno e não conseguiam reaver o dinheiro inicialmente depositado, que era bloqueado sem nenhuma justificativa”, explicou em nota o órgão federal.
Segundo a PF, estima-se prejuízo de R$ 250 milhões causado a mais de 10 mil vítimas. Ainda de acordo com a PF, o grupo elaborou uma complexa engenharia para evasão de divisas para paraísos fiscais, lavagem de dinheiro, compra de automóveis e imóveis de luxo no exterior, entre outras práticas consideradas ilícitas.
A Interpol também foi acionada para atuar no caso de investigados que estão foragidos. Além disso, dois passaportes foram detidos, um de um alvo em São Miguel do Oeste (SC), e o outro em Caxias do Sul (RS), onde uma pessoa terá que usar tornozeleira eletrônica. As investigações resultaram ainda no sequestrado de diversos automóveis de luxo, milhões em criptomoedas e dezenas de imóveis, conforme informou a PF.
Os envolvidos devem responder por estelionato, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e evasão de divisas. As penas máximas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão.