Por determinação do Itamaraty, a Missão do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) não acompanhou o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a Assembleia Geral da ONU.
A comitiva brasileira, segundo fontes diplomáticas e da Missão do Brasil na ONU, se retirou antes de que Netanyahu fosse chamado, como uma forma de protesto. Israel trava uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza há quase um ano e, desde a semana passada, começou a bombardear o Líbano em conflitos contra o Hezbollah. Mais de 700 pessoas já morreram nos ataques.
O ato da diplomacia brasileira foi anterior à retirada em massa de outras delegações, em maioria de países árabes, quando Netanyahu foi chamado pelo presidente da sessão. A intenção, ainda de acordo com as fontes, era fazer uma saída discreta, o que, na diplomacia, é um ato de protesto leve a algum país — neste caso, a Israel.
A retirada, segundo fontes da Missão do Brasil da ONU, foi uma orientação do governo brasileiro. O Itamaraty confirmou e disse que quis fazer o protesto por conta da morte de dois brasileiros nos ataques do Líbano e da crise humanitária na Faixa de Gaza.
O governo brasileiro disse que o motivo da ausência foi "a resposta desproporcional de Israel" aos ataques terroristas do Hamas em outubro de 2023, em que o grupo terrorista palestino matou cerca de 1.200 pessoas no sul do território israelense e sequestrou cerca de 250 pessoas. Desde então, Israel lançou uma ofensiva militar em Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos --entre eles muitas crianças e mulheres--, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Uma fonte brasileira afirmou que foi pelo “conjunto da obra”, em Gaza e a morte dos brasileiros no Líbano.
Com informações de G1