A qualidade do ar em Santa Catarina melhorou consideravelmente nesta segunda-feira (16), atingindo o nível considerado "bom" pela primeira vez desde a última quarta-feira (11), de acordo com o site suíço IQAir. Em Florianópolis, por exemplo, o índice de qualidade do ar chegou a 42, dentro da faixa que classifica o ar como seguro para a população.
O IQAir utiliza uma escala numérica para medir a qualidade do ar: de 0 a 50, é classificado como bom; entre 51 e 100, moderado; entre 101 e 150, insalubre para grupos sensíveis; de 151 a 200, insalubre para a maioria; de 201 a 300, muito insalubre; e acima de 301, perigoso. Para efeito de comparação, na sexta-feira (13), Florianópolis registrava 151, com picos de 158, sendo a segunda cidade com o pior ar do Brasil.
O índice, chamado AQI (Air Quality Index, ou Índice de Qualidade do Ar), segue o padrão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, levando em conta cinco principais poluentes: ozônio troposférico, partículas, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio.
Em Santa Catarina, há três estações de monitoramento: duas em Tubarão e uma em Capivari de Baixo, onde a qualidade do ar também está boa, com índices variando entre 24 e 30.
De acordo com Marilene de Lima, meteorologista da Epagri/Ciram, dois fatores principais explicam essa melhora: a chuva do fim de semana, que limpou a atmosfera ao "lavar" os poluentes, e a mudança nos ventos, que agora sopram do Sul e Sudeste, afastando a fumaça das queimadas da Amazônia e do Pantanal que vinha impactando o Estado.
Essa melhoria, contudo, pode ser temporária. A partir de quarta-feira (18), os ventos devem mudar novamente, trazendo de volta a fumaça, especialmente para a região Oeste de Santa Catarina.
A fuligem e os poluentes presentes na atmosfera continuam sendo motivo de preocupação, principalmente para grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Especialistas, como a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo, alertam para o risco de problemas respiratórios agravados por essa exposição contínua, como rinites, asma e bronquite.
Em resposta, o Governo de Santa Catarina divulgou orientações à população, recomendando hidratação constante, o uso de umidificadores em ambientes internos, a redução de atividades ao ar livre e a busca de atendimento médico caso sintomas respiratórios persistam.