O juiz Stefan Moreno Schoenawa, da Vara Criminal da Comarca de Laguna, negou o pedido da ex-primeira dama do município de Pescaria Brava, Nelzi Medeiros de Aguiar, e de familiares de restituírem aparelhos de celular que foram apreendidos em operação da Polícia Civil.
Na decisão, o juiz aponta que os bens apreendidos contêm informações relevantes para as investigações e que ainda passam por perícia.
De acordo com as apurações, entre os anos de 2020 a 2022, o ex-prefeito Deyvisonn da Silva de Souza, preso na Operação Mensageiro, teria se associado com um empresário vencedor de diversas licitações no município, com o fim de desviarem recursos de Pescaria Brava, os quais deveriam ser efetivamente empregados no pagamento de trabalhadores afetos às secretarias da Educação e de Obras.
Ainda de acordo com as investigações, o objetivo desses desvios era remunerar diversos apadrinhados políticos e cabos eleitorais de Pescaria Brava, medida que vinha sendo realizada por intermédio dessa empresa investigada.
Também constatou-se não só o efetivo desvio de verbas públicas, como também o superfaturamento desses contratos administrativos, os quais chegavam a remunerar até 50% a mais dos serviços efetivamente prestados.
A título de exemplo, observou-se, ainda, que pagamentos realizados por Pescaria Brava eram endereçados até mesmo ao pai de um vereador da cidade de Joinville, que raramente vinha, a lazer, para o município de Pescaria Brava.
A alusão a “Exspiravit”, que em latim significa fantasma, tem relação justamente com a utilização de diversos funcionários fantasmas para a concretização do desvio de rendas públicas, as quais, desviadas das secretarias de Saúde e Obras, eram endereçadas a fins eminentemente espúrios e particulares.