A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, desbloqueou uma ação judicial que pode ter repercussões significativas no futuro político do PRTB e afetar a candidatura de Pablo Marçal à prefeitura de São Paulo. O processo estava suspenso há 20 dias no gabinete da ministra.

A ação foi movida por Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, ex-candidato presidencial conhecido por suas posições controversas. Aldineia alega que Leonardo Avalanche, atual presidente nacional do PRTB, violou um acordo feito em fevereiro deste ano, que incluía a concessão de cargos importantes e liderança política em diversos estados, incluindo São Paulo, conforme relatou a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo. 

A disputa interna do PRTB levou à nomeação de um interventor pelo então presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Luciano Fuck, ex-secretário-geral do TSE e aliado de Gilmar Mendes, foi designado para organizar novas eleições dentro do partido. A comissão provisória que aprovou a candidatura de Marçal foi alinhada a Avalanche, e a defesa de Aldineia alega que ela deveria ter comandado o diretório de São Paulo.

Recentemente, a ministra Cármen Lúcia determinou que Avalanche se manifeste sobre o recurso de Aldineia e solicitou um parecer do Ministério Público Eleitoral. Aldineia argumenta que Avalanche está desrespeitando o acordo, atuando de forma prejudicial à democracia interna do partido e ignorando as normas estatutárias.

Além disso, a candidatura de Pablo Marçal enfrenta desafios na Justiça Eleitoral. Seu registro tem sido alvo de três impugnações que questionam a validade de sua filiação ao PRTB, uma vez que ele se filiou em 5 de abril e sua candidatura foi confirmada em 4 de agosto, menos de seis meses após a filiação, quando o estatuto do partido exige um prazo mínimo.

O PSB, de Tabata Amaral, e outros membros do próprio PRTB também estão contestando a candidatura de Marçal, expondo as divisões internas da legenda.