O Irã sofrerá consequências "catastróficas" caso lance um ataque de represália contra Israel, disse nesta sexta-feira (16) um alto funcionário dos Estados Unidos, que não foi identificado.
"Queremos dissuadir os iranianos (...) de tomar este caminho porque as consequências seriam catastróficas, especialmente para o Irã", declarou, advertindo para qualquer ação militar que possa "fazer descarrilar" as negociações delicadas sobre uma trégua em Gaza entre Israel e o grupo islamista palestino Hamas.
Os EUA têm atuado para amenizar as tensões no Oriente Médio entre Israel e Irã, que se acirraram após os assassinatos dos chefes dos grupos terroristas Hezbollah e Hamas, aliados dos iranianos, no final de julho.
Israel foi culpado por ambos os ataques, mas não assumiu a autoria do assassinato de Ismail Haniyeh, do Hamas, que ocorreu em solo iraniano - o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apenas que seu país deu "golpes esmagadores" em aliados do Irã.
Nos esforços para conter o ímpeto iraniano, os EUA têm empregado diversos meios diplomáticos diretos e indiretos para pedir que o Irã não responda às mortes dos grupos terroristas. Na semana passada, os EUA já teriam avisado os iranianos que estariam prontos para agir e aplicar um "golpe devastador" caso eles atacassem Israel, segundo uma autoridade americana ouvida pelo jornal "The Wall Street Journal".
Além disso, os EUA ordenaram o envio do porta-aviões USS Abraham Lincoln e do submarino nuclear USS Georgia para o Oriente Médio para reforçar as defesas de Israel.
Autoridades dos EUA acreditam que um ataque retaliatório do Irã contra Israel estaria condicionado a um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza --uma nova rodada de negociações entre Israel e Hamas mediada por EUA, Catar e Egito iniciou nesta semana. A negociação não é considerada fácil, mas os EUA acreditam que o início é "promissor" e apresentaram às partes uma nova proposta nesta sexta (16), que poderia ser assinada na próxima semana.