Cinthia Lunardi Maia Camilo, de 42 anos, de Gravatal, está prestes a se formar em medicina após 17 anos de carreira como farmacêutica. No meio do curso, enfrentou o diagnóstico de um tumor cerebral, passando por uma cirurgia em janeiro de 2024. Motivada pela vontade de ajudar os outros, ela também participou de missões humanitárias no Rio Grande do Sul e se prepara para uma nova missão na Amazônia. Mãe de três filhos, Cinthia concilia os desafios de uma mudança de carreira e os impactos de saúde com o apoio de sua família. Conheça mais sobre sua história:
Desde cedo, Cinthia sonhava em ser médica, um desejo que se manifestou ainda na infância. Apesar das dificuldades em ingressar no curso de medicina logo após o ensino médio, ela encontrou na farmácia uma alternativa que a manteve próxima do campo da saúde. "Minha mãe conta que eu mal falava e já demonstrava interesse pela medicina", relembra Cinthia, explicando que suas brincadeiras de criança sempre convergiam para a área médica.
Mesmo estabelecida como farmacêutica, o sonho de se tornar médica nunca desapareceu. Em 2018, decidiu enfrentar o desafio de conciliar o trabalho na farmácia, a família e o cursinho pré-vestibular. "Graças a Deus tenho dois anjos chamados papai e mamãe, que são meus alicerces", destaca Cinthia, ao lembrar o apoio que recebeu dos pais, que cuidavam dos filhos e ajudavam financeiramente.
Tumor cerebral
Mas aí veio um momento inesperado. O diagnóstico do tumor cerebral em plena faculdade foi um dos momentos mais difíceis de sua vida. Durante uma aula de neurologia, percebeu uma perda auditiva que levou à descoberta de um schwannoma acústico. "Meu maior medo era ter que fazer a remoção imediata e trancar um semestre", conta Cinthia. Felizmente, a cirurgia pôde ser realizada sem comprometer sua continuidade nos estudos, apesar de ter resultado na perda de audição do lado direito e em uma vertigem crônica.
Apesar dos desafios pessoais, Cinthia encontrou força para participar de outras atividades e também ajudar os outros. A exemplo de missões humanitárias, começando pelo Rio Grande do Sul após enchentes que devastaram a região. "Se alguém precisar da minha ajuda para cuidar da sua dor, eu guardarei a minha dor no bolso. E irei", afirma Cinthia, destacando como essas experiências ampliaram sua visão sobre a medicina e a importância do cuidado humanitário. Em agosto de 2024, ela se prepara para uma missão na Amazônia, onde passará 12 dias a bordo do barco Abaré, realizando atendimentos para populações ribeirinhas.
À medida que se aproxima da formatura, Cinthia ainda está decidindo qual especialização seguir. Considera áreas como emergência, UTI e psiquiatria. Independentemente do caminho escolhido, ela pretende continuar participando de missões humanitárias, levando conforto e atendimento a comunidades carentes. "Não tenho dúvidas de que serei uma médica mais humana", reflete Cinthia, que vê sua trajetória como uma lição de vida.