O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM/SC) abrirá uma sindicância contra o médico preso preventivamente na última quarta-feira (31), no Oeste do estado, investigado por gravar pacientes nuas durante atendimentos e armazenar mais de 13 mil imagens de exploração sexual infantil.
Além da prisão, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra o suspeito. O nome, especialidade e município onde o profissional atuava não foram divulgados. A Comarca de Itapiranga, onde as ordens judiciais foram emitidas, determinou a suspensão cautelar de contratos administrativos de prestação de serviços médicos pelo investigado com o estado ou municípios catarinenses.
De acordo com o CRM-SC, a investigação contra o profissional de saúde pode resultar na abertura de processo ético, com as sanções ao final, ou a interdição cautelar do médico, a depender da materialidade e autoria do que estiver nos autos.
“O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) informa que tomou conhecimento dos fatos nesta quarta-feira (31), e está adotando as medidas cabíveis na apuração do caso”, disse.
Conforme a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), de nº 2.306/2022, as investigações que envolvem a atuação dos profissionais ocorrem de forma sigilosa. Isso impede que as entidades façam “manifestações públicas sobre processos em tramitação envolvendo médicos”.
Operação
A prisão e busca ocorreram com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a ação deriva de outra ação de busca e apreensão, de 24 de novembro de 2023, quando equipamentos eletrônicos do médico foram apreendidos.
Após extração dos dados e elaboração de laudos periciais pela Polícia Científica, os investigadores encontraram “vasto conteúdo” contendo cenas de pornografia infantil, além das gravações das pacientes.