Maria queria se separar do esposo. Há tempos buscava coragem para tomar a atitude de romper com a relação de violência doméstica na qual vivia nos últimos anos. Porém, o agressor não aceitava e, quando percebeu a intenção da vítima de pôr fim ao casamento, a matou estrangulada e com golpes de faca.
O nome é fictício, mas o relato se refere a mais um caso de feminicídio em Santa Catarina. Nesta quinta-feira (25), o Tribunal do Júri da Comarca de Forquilhinha condenou a 16 anos e nove meses de reclusão em regime inicialmente fechado o autor desse crime.
O homem, que está preso preventivamente desde o crime, em janeiro de 2019, foi condenado por homicídio com duas qualificadoras: meio cruel, pelo modo como a vítima foi morta; e feminicídio, qualificadora aplicada quando o crime é praticado contra mulher por razões da condição de sexo feminino dentro de um contexto de violência doméstica e familiar.
Conforme sustentado no Tribunal pelo Promotor de Justiça Cleber Lodetti de Oliveira, o crime foi praticado por meio cruel, já que o homem acertou o rosto da mulher com uma chave de rodas, a asfixiou e lhe desferiu golpes de faca no pescoço, a degolando e causando-lhe intenso sofrimento.
Na data dos fatos, após desconfiar de uma possível traição, o homem esperou a companheira chegar em casa, esganou-a, colocou-a no seu veículo e, depois de aplicar-lhe inúmeros golpes de faca, deixou o corpo em uma área de mata.
O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade.