O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quarta-feira (24) não enviar observadores para acompanhar a eleição presidencial da Venezuela, marcada para o fim de semana.
A decisão foi tomada em razão de acusações que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fez contra o sistema eleitoral brasileiro. Maduro é candidato à reeleição.
"Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo", afirmou o TSE em nota.
O tribunal havia decidido na semana passada enviar os observadores. Agora, cancelou a medida. O não envio dos técnicos brasileiros é um recado do tribunal de que não quer participar, ainda que como observador, do pleito venezuelano.
Maduro, sucessor político do ex-presidente Hugo Chávez, ganhou duas eleições na Venezuela. Uma, em 2013, após a morte de Chávez. A outra, em 2019. Ambas, de acordo com o oposição local e com entidades internacionais, tiveram problemas de transparência e de respeito a princípios democráticos.
O pleito deste ano está sob suspeita de que vai repetir os problemas dos anteriores. Maduro, que controla a comissão eleitoral, impediu duas rivais de participar, sob argumentos obscuros. Além disso, oposicionistas denunciam intimidações durante a campanha e manipulação na mídia.