Santa Catarina começou, em 1º de julho, o "vazio sanitário" do maracujazeiro. Durante o período, que vai até 19 de agosto, pomares de maracujá devem ser eliminados, e novos plantios ficam proibidos em algumas regiões.
Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o objetivo é controlar a virose do endurecimento do fruto, que pode comprometer até 60% da produção.
Por causa do alto potencial destrutivo e rápida disseminação, o endurecimento dos frutos do maracujazeiro é a virose mais importante da cultura no país, conforme o órgão.
Além da drástica redução na produção, os frutos podem ficar deformados, rugosos e menores. Também ocorre endurecimento no albedo (parte branca interna da casca), que se torna espesso, resultando em baixo rendimento de polpa. Torna-se impróprio para o comércio.
O vírus é transmitido por meio de inoculação mecânica (como ferramentas de poda), através de mudas contaminadas, e por diversas espécies de pulgões vetores, durante picadas de prova de alimentação. A doença é causada pelo Cowpea aphid borne mosaic virus (CABMV).
Durante o período de 30 dias de vazio sanitário, conforme a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc), as pragas não encontrarão plantas hospedeiras para completar seus ciclos, o que ajuda a fazer o controle delas com menor uso de produtos químicos.
O vazio sanitário do maracujazeiro, estabelecido pela companhia, acontece em intervalos diversos, de acordo com cada região do estado:
Região I: de 1º de julho a 30 de julho de 2024
Região II: de 11 de julho a 09 de agosto de 2024
Região III – de 21 de julho a 19 de agosto de 2024
Demais municípios do estado.
Santa Catarina é o terceiro maior produtor de maracujá no país, conforme a Cidasc, e colheu 70 mil toneladas na safra 2022/2023, o que representa crescimento de aproximadamente 27% em comparação à safra de 2021/2022.
Segundo Henrique Belmonte Petry, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Urussanga, no Sul de Santa Catarina, o vazio sanitário do maracujazeiro entrou em sua quinta safra neste ano.
A política, conforme o especialista, "resulta numa cultura cada vez mais rentável ao produtor”.
O modelo de produção anual adotado em Santa Catarina é destaque na fruticultura nacional, conforme Petry, e também reúne, além do vazio sanitário,produção de mudas em ambientes protegidos, uso de mudas maiores para produção precoce e outras práticas.