Uma reportagem publicada nesta terça-feira (14) pelo portal UOL aponta que um grupo de 10 pessoas condenadas pelos atos de 8 de janeiro de 2023 teriam supostamente quebrado suas tornozeleiras eletrônicas e fugido do Brasil - e três delas seriam de Santa Catarina.
O levantamento do UOL relata que os 10 militantes que participaram do ato de 8 de janeiro teriam deixado o Brasil este ano pelas fronteiras de Santa Catarina e do Paraná, com destino à Argentina e ao Uruguai. Um dos investigados, de São Paulo, teria afirmado que pediu asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
As informações do portal foram baseadas em registros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de familiares e advogados.
A Polícia Civil de Santa Catarina afirmou que o caso é de competência federal e que até o momento não recebeu nenhum pedido de apoio de órgãos federais para a captura desses foragidos.
Quem são os foragidos:
Gilberto Ackermann, de Balneário Camboriú
Corretor de seguros, Gilberto tem 49 anos e informou ser morador de Balneário Camboriú. A advogada e cunhada de Gilberto teria confirmado ao portal UOL a fuga de Gilberto. Um documento também foi enviado pela 1ª Vara da Comarca de Balneário Camboriú ao STF informando a situação.
Em depoimento à Justiça, ele negou participação nos atos e disse que foi a Brasília por conta própria, ao saber que haveria uma manifestação. Fotos obtidas pela investigação mostram que ele estava nos prédios dos Três Poderes e exibiu uma carcaça de bomba de gás lacrimogêneo.
Raquel de Souza Lopes, de Joinville
A cozinheira Raquel de Souza Lopes tem 50 anos e é moradora de Joinville. O portal também incluiu a catarinense na lista dos 10 militantes que fugiram do país, mas a defesa disse ao veículo desconhecer o paradeiro da mulher.
Segundo a investigação, Raquel teria registrado no celular fotos e filmagens dentro do Palácio do Planalto, comemorando a entrada no prédio e, inclusive, no gabinete da Presidência da República. Conforme o STF, a catarinense teria filmado atos de depredação e comemorado o que achava ser uma chegada das Forças Armadas.
À Justiça, Raquel negou a prática de crimes e disse que foi a Brasília para aproveitar a viagem de ônibus e conhecer a capital federal e também “orar pelo presidente”. Ela estaria com uma irmã, mas teria se perdido dela durante visita à Praça dos Três Poderes, na tarde da invasão ao Congresso.
Angelo Sotero, de Blumenau
Angelo é músico e tem 58 anos. Ele foi condenado a 16 anos e meio de prisão, pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e associação criminosa.
Segundo a reportagem do UOL, o advogado de ngelo teria confirmado a fuga.