As chuvas no Rio Grande Grande do Sul seguem mantendo o estado em alerta, devido às enchentes que têm assolado a maioria das cidades gaúchas. Diante dessa tragédia, a população convive ainda com o mau cheiro na água vindo dos corpos das vítimas, que, segundo os Bombeiros, estão em estado de decomposição embaixo da água.
Em conversa com a repórter Bruna Lima, da Record TV, um integrante do Corpo de Bombeiros, especialista em mergulho aquático, disse – enquanto navegava pela cidade de São Leopoldo – que o mau cheiro na água não vem de animais, mas de pessoas que morreram dentro de suas casas.
“Teve um momento que a gente passou em um local, e o bombeiro que estava com a gente disse: ‘Bruna, esse cheiro aqui, não é cheiro de animal morto, a gente que trabalha em resgate especializado em mergulho aquático reconhece esse cheiro. E esse cheiro não é de animal’. Debaixo dessas águas, infelizmente, o que eles acreditam como profissionais é que de fato pessoas ficaram ali”, relatou a repórter ao Alerta Brasil.
São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, é um dos municípios mais atingidos pelos temporais que têm castigado o povo gaúcho nas últimas semanas. Com 240 mil habitantes, cerca de 75% de sua população – o equivalente a 180 mil pessoas – foi afetada diretamente pelas chuvas.
O volume de chuvas registrado em São Leopoldo é inédito na história. O nível do Rio dos Sinos registrou seu pico durante a enchente no último final de semana, quando superou os 8 metros.
Mau cheiro na água é apenas um dos problemas na tragédia do RS
Após a confirmação de mais duas mortes nesta segunda-feira (13), o Rio Grande do Sul já contabiliza 147 vítimas. Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil, há 127 desaparecidos e 806 feridos. Já o número de pessoas que perderam suas casas ultrapassou a marca de 619 mil.
O Rio Grande do Sul vem sendo atingido por temporais e cheias desde o final de abril. De acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil na manhã desta segunda-feira (13), quase 90% das cidades gaúchas foram afetadas, o que significa que apenas 50 dos 497 municípios não tiveram nenhum impacto relacionado às chuvas.