Os impactos dos temporais no Rio Grande do Sul se intensificaram, elevando para 56 o trágico número de vítimas fatais, segundo relatório emitido pela Defesa Civil. A situação é ainda mais alarmante com 67 pessoas desaparecidas e 74 feridas. O deslocamento de populações atingiu números angustiantes, com 32.962 indivíduos desalojados de suas residências, dos quais 8.296 encontram-se em abrigos, enquanto 24.666 buscam refúgio com familiares ou amigos.
A devastação se estendeu por 281 municípios do estado, afetando diretamente 377.497 habitantes. As vias de transporte também sofreram graves consequências, com 188 trechos de rodovias bloqueados, gerando transtornos tanto para o tráfego local quanto para o escoamento de recursos e assistência.
O fornecimento de energia elétrica foi interrompido para uma parcela significativa da população, com 296 mil clientes da Rio Grande Energia (RGE) e 54 mil da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) sem luz. A capital Porto Alegre não escapou dos estragos, com o Aeroporto Salgado Filho fechado devido ao alto volume de chuvas e a estação rodoviária inundada, resultando na suspensão de 95% das viagens.
O governo declarou estado de calamidade, medida reconhecida pelo governo federal, abrindo caminho para a solicitação de recursos destinados à assistência humanitária e reconstrução da infraestrutura. A mobilização de tropas, incluindo 100 integrantes da Força Nacional e agentes especializados, reflete a magnitude da crise e a necessidade urgente de resposta às emergências.
Os especialistas meteorológicos alertam para a persistência das chuvas intensas, alimentadas por fenômenos climáticos complexos, que continuarão a assolar a região nas próximas 24 horas. A população enfrenta uma batalha contra ventos fortes, umidade abundante e bloqueios atmosféricos, agravados pelas mudanças climáticas, enquanto o volume de chuva se aproxima dos 400 milímetros, somando-se aos já alarmantes registros dos últimos dias.
Foto: Gustavo Ghisleni/AFP.