A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitiu uma nota preocupante, anunciando o acionamento do Plano de Ação de Emergência (PAE) na barragem da Usina Hidrelétrica Dona Francisca, situada às margens do Rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. O motivo foi o aumento vertiginoso do volume de chuvas na região, o que elevou drasticamente o nível de água na barragem, colocando em risco a segurança das comunidades vizinhas.
Com um volume de chuvas sem precedentes, a afluência na usina atingiu cerca de 14.000 m³/s, ultrapassando em muito a capacidade máxima de extravasão, projetada para eventos extremamente raros, com um tempo de retorno de 10 mil anos, que é de 10.600 m³/s. O alerta foi acionado, com a ordem para a utilização das sirenes móveis e a evacuação imediata das áreas afetadas, com o apoio das Defesas Civis municipal e estadual.
Segundo informações da Aneel, a população afetada nas áreas de Autossalvamento (ZAS) e de Segurança Secundária (ZSS) totaliza 5.910 pessoas, distribuídas em diversos municípios ao redor da barragem, incluindo Nova Palma, Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, São João do Polêsine, Restinga Seca, Paraíso do Sul, Formigueiro, São Sepé e Cachoeira do Sul.
A agência também anunciou que serão emitidos boletins regulares para manter a população informada sobre as condições de segurança na região afetada pela barragem.
Nesta quarta-feira, 1° de maio, o prefeito de Dona Francisca, Olavo Cassol, tranquilizou a população em uma entrevista à Rádio CDN 93.5 FM, afirmando que, até o momento, não há risco iminente de rompimento da barragem. Ele ressaltou que a prioridade é garantir a segurança das pessoas e que estão em constante comunicação com os responsáveis pela usina para monitorar a situação.
"Estamos em contato com o diretor da Usina. O que acontece é que não há mais como 'segurar' essa água (da chuva) na barragem. Ela vai descer pelo rio. O município mais próximo, abaixo da barragem, é Dona Francisca. O que conversamos com ele é que não existe a possibilidade de rompimento da barragem. Queremos preservar a vida humana. Perdas em residência e nas colheitas e estamos cientes disso. Vamos ter muito trabalho pela frente. Precisamos neste momento salvar vidas. A força da natureza é muito grande, vamos nos preocupar com a situação. Aconselhamos as pessoas a sair do local que apresenta risco", afirmou o prefeito Cassol.