"'Taca-le’ pau nesse carrinho, Marcos". O bordão que ficou conhecido após uma brincadeira entre dois primos viralizar na internet completou 10 anos em 2024. O vídeo foi feito no "morro da vó Salvelina" em Taió , município de 18 mil habitantes no Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
O sucesso do meme está relacionado a contexto, autenticidade e identificação regional, segundo a professora universitária e especialista em comunicação digital e marketing Karen Sica (leia abaixo).
Os jovens, com 9 e 12 anos em 2014, conquistaram internautas ao narrar, com sotaque característico da região, a descida de uma ladeira de estrada de chão, com um carrinho de rolimã, próximo a casa da avó deles, a Salvelina.
Após o sucesso, Marcos Joaquim Martinelli, hoje com 22 anos, que conduzia o brinquedo, e Leandro Beninca, 19 anos, que narrava a performance do primo, participaram de programas em diversas emissoras do país e foram convidados a assistir o GP Brasil de um dos camarotes do evento.
O mais novo também cedeu o bordão à Fórmula 1 e narrou uma propaganda para temporada do circuito automobilístico na época.
Na gravação, Leandro narra a descida de Marcos da ladeira. Empolgado, ele clama, repetidamente: "taca-le pau, Marcos", para que o mais velho desça com mais velocidade. Após uma curva bem feita pelo carrinho, Leandro afirma empolgado: "Mazá, Marcos véio".
Morando com a namorada em Gaspar, na mesma região, o jovem trabalha como desenvolvedor de web e conta que a relação com o primo não é mais tão próxima pois os dois vivem a cerca de 200 km um do outro. "Mas sempre que vamos para Taió a gente se encontra", comenta.
"Vários parentes meus moram lá pela cidade, e a casa da 'vó' é o nosso hotel. O morro ainda está lá, a curva e o carrinho", brinca.
A residência da avó Salvelina virou ponto turístico em Taió e, como a procura é grande, a prefeitura inseriu uma placa no começo da rua para auxiliar os viajantes (foto abaixo).
Segundo Marcos, o vídeo com o primo foi publicado no dia 1º de janeiro de 2014, mas começou a repercutir nas redes sociais quatro meses depois.
"[No dia da gravação do vídeo] lembro de ter ficado feliz de ter descido o morro fazendo a curva e achando muito engraçada a voz do meu primo no vídeo", diz.
"Sinto falta de todos os momentos que passamos juntos [ele e o primo]. Foram vários momentos aproveitados que nunca iríamos imaginar o que aconteceria [sobre a repercussão do vídeo] . Acredito que hoje não tenha algo que [eu] não sinta falta daquela época", disse na ocasião.