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20/03/2024 23h32

Mãe relata bullying e ameaças contra filho autista de 12 anos em escola pública de Florianópolis

Em mensagens, colegas falam em matar menino
Mãe relata bullying e ameaças contra filho autista de 12 anos em escola pública de Florianópolis
Uma mãe relata bullying e ameaças contra o filho de 12 anos, que é autista e tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O garoto enfrenta problemas com colegas na escola em que estuda, em Florianópolis, e a mãe chegou a encontrar ameaças de morte contra ele em um grupo de aplicativo de mensagens.


A Polícia Civil informou que vai instaurar um procedimento para apurar suspeita de ato infracional por parte de um aluno adolescente que teria agredido o menino. A investigação será feita pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami).


A mãe pede que o filho tenha um professor auxiliar e entrou com pedido na Defensoria Pública. Segundo ela, o órgão respondeu que solicitou o profissional à prefeitura.

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A administração municipal, por sua vez, disse em nota ao g1 que o estudante possui um ótimo desenvolvimento cognitivo e que ele não precisa de adequações pedagógicas e de acessibilidade nas atividades (veja íntegra abaixo).


Há quase um mês o menino não vai à aula por causa do bullying e ameaças. A mãe conta que, nos quatro primeiros anos, ele estudava em outra escola. Ele mudou de unidade escolar em 2023, após conseguir uma vaga no local. O menino está na sexta série.


“Ele tinha uma professora maravilhosa. Então não foi preciso professor auxiliar porque ela estava em tudo. E ela dizia ‘na minha aula não tem bullying’. Ela é uma professora maravilhosa", diz a mãe.


"A professora me disse ‘olha, para o ano que vem eu acho que ele vai precisar de um professor auxiliar porque vão ser muitas matérias, vai ser aquele entra e sai", completa.


Não foi o que ocorreu. A mãe relata que o bullying ocorre e que o filho tem dificuldades com a situação. O menino se sai bem academicamente, mas enfrenta desafios na socialização.


Uma das situações ocorreu em um grupo de aplicativo por mensagens. Segundo a mãe, participam vários colegas e não há supervisão de adultos.


“Ele [filho] fez um monte de publicações, que ele gosta, no grupo e o cara diz assim para ele ‘por que tu não te matas?’. Mandou ele se matar”.


Outras publicações nesse mesmo grupo trazem ameaças ao menino. Em uma delas, um colega dele diz "Se alguém sabe onde o [aluno] mora, dá para ameaçar". Em outra, o mesmo colega vai além: "Bora matar o [aluno]? Traz coisas leves. Um pedaço de pau grande talvez".


O filho também já foi agredido fisicamente por esse mesmo colega, diz a mãe. A situação começou após esse aluno debochar do menino em uma aula de educação física. “Ele tem dificuldade de motricidade grossa. E ele não gosta que debochem dele, porque ele não entende", conta a mãe.


O filho, então, planejou uma forma de retaliação aos deboches. "Ele [filho] não tem muita noção do medo, perigo, ele não tem essa noção. Na hora da saída, o [filho] botou cola no cabelo do menino na frente de todo mundo. Ninguém entendeu nada. Não sabiam que o garoto tinha incomodado ele na hora da educação física. Aí, os colegas ficaram muito indignados".


Quando foi buscá-lo, a mãe foi avisada por duas colegas da sala que o filho dela era, então, agredido.


"Eu estava no carro esperando e aí saíram duas coleguinhas correndo e me dizem 'a senhora é a mãe do [nome do menino]'. Eu digo que sim. 'Tem um menino batendo nele'. Eu saí correndo. Quando eu chego, eles estavam os dois na secretaria".


Depois desse caso, a mãe fez um boletim de ocorrência. Foram dois no total. O outro relata as ameaças no aplicativo de mensagens.

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O que diz a prefeitura

De acordo com análises das professoras de Educação Especial que atuam no AEE (Atendimento Educacional Especializado) , da equipe pedagógica e da direção da unidade educativa, [aluno] é um estudante que realiza com autonomia atividades de autocuidado, como higiene e alimentação, locomove-se com independência pelo espaço escolar, e utiliza linguagem oral para comunicação.

É um estudante participativo, expressa suas opiniões acerca de diversos assuntos, é criativo, comunicativo e questionador. O estudante possui um ótimo desenvolvimento cognitivo em todas as disciplinas, não apresenta dificuldades na aquisição dos conhecimentos relativos aos conceitos que lhe são apresentados, assimilando-os muito bem e realizando as atividades que são propostas com êxito.

Os professores relatam que [aluno] não encontra barreiras na metodologia pedagógica utilizada e não precisa de adequações pedagógicas/acessibilidade nas atividades, pois consegue acompanhar o conteúdo que é proposto.

Assim sendo, não apresenta necessidade até o momento de Professor Auxiliar de Educação Especial.


Fonte: G1 SC
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