O caso da paciente não identificada ganhou repercussão nacional após uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, em 2016. Na época, mais de 100 famílias procuraram o Ministério Público para identificar possíveis graus de parentesco com Clarinha. Mas depois de triagens e exames de DNA, nenhuma família mostrou-se compatível com os traços da mulher.
"Eu não existia, a angústia era enorme", conta a ex-apátrida Maha Mamo. Nenhum parente ou amigo foi visitar Clarinha durante os 24 anos que passou internada em estado vegetativo. Esse estado ocorre quando há uma disfunção cerebral em que uma pessoa não mostra sinais de consciência.
O coronel aposentado Jorge Potratz, junto a equipe médica do hospital, foi quem cuidou da paciente nesses anos e a nomeou como Clarinha. “A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome 'não identificada' era muito complicado para se falar. Como ela é branquinha, a gente a apelidou de Clarinha”, explicou o militar ao G1ES.