No dia 1º de fevereiro, a Justiça determinou o alvará de soltura para Luiz Brendo Mac Dovel do Nascimento, estudante de direito que foi erroneamente detido sob a acusação de tentativa de latrocínio em Santa Catarina. A mãe do jovem, Lidiane Mac Dovel, conseguiu provar a inocência do filho, sensibilizando o gerente de cartórios da Polícia Penal, Arthur Tabosa Matos, que empreendeu esforços para verificar as alegações.
A agonia vivida pela mãe durante o período em que Luiz Brendo esteve detido foi revelada em suas palavras: "Deus sabe o que passei lá em casa. Cada dia parecia que era um ano. O meu Natal foi triste, triste, triste… O ano novo eu passei na igreja." A mãe ressaltou o sofrimento enfrentado até que a verdade fosse reconhecida e seu filho libertado.
Arthur Tabosa Matos, ao analisar os dados de Luiz Brendo, encontrou uma série de coincidências, como nomes parecidos, datas de nascimento similares, local de nascimento e até mesmo o nome da mãe. Diante dessas inconsistências, as Justiças de Goiás e Santa Catarina foram acionadas, culminando na emissão do alvará de soltura.
Luiz Brendo Mac Dovel do Nascimento, o jovem preso por engano, tem o nome parecido com o do suspeito do crime, mas com uma diferença: apenas o último sobrenome.
Inocente: Luiz Brendo Mac Dovel do Nascimento;
Suspeito: Luiz Brendo Mac Dovel dos Santos.
Além do nome, outra coincidência que chama a atenção no caso é o nome da mãe do jovem inocente e a do suspeito. As duas se chamam Lidiane Mac Dovel.
Os dois jovens nasceram em 2000. A diferença é que o rapaz preso por engano nasceu em 12 de novembro e o suspeito em 24 de abril.
O crime aconteceu em agosto de 2022, em Santa Catarina. Na mesma época, o jovem preso por engano morava em Belém (PA) e viajou para Florianópolis (SC) para fazer uma prova de concurso para sargento do Exército.
O estudante Luiz Brendo Mac Dovel, de 23 anos, compartilhou as condições desumanas enfrentadas durante os mais de 50 dias de prisão, incluindo a falta de higiene, dormir no chão infestado de insetos e a qualidade precária da alimentação no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A Diretoria-Geral de Polícia Penal de Goiás negou as alegações, afirmando fornecer kits de higiene, colchões e cobertores, além de quatro refeições diárias preparadas por nutricionistas.