Desde o início da criação de exames de endoscopia que os médicos se dedicam a visualização do tubo digestivo em toda a sua extensão, ou seja, desde o esófago até o reto. No entanto, o intestino delgado é um pouco mais difícil de se ter acesso, por ter uma localização intermediária, ser mais longo e ter uma configuração complexa. Para facilitar essa investigação, a cápsula endoscópica pode ser uma solução. Para realizar o procedimento é preciso que o paciente ingira uma cápsula descartável, que contém uma micro câmera de tamanho semelhante ao um comprimido de antibiótico ou de uma vitamina. A tecnologia captura imagens com melhor definição que outros tipos de exames, em tempo mais rápido. “Ela não substitui a endoscopia convencional e nem a colonoscopia, mas auxilia muito no diagnóstico das lesões do intestino delgado onde outros exames não chegam a ter acesso”, informa o cirurgião e endoscopista do aparelho digestivo da Clínica Pró-Vida, em Tubarão, Dr. Jaime César Gelosa Souza. A cápsula pode ser utilizada em diversas indicações médicas, as mais comuns são na investigação de sangramento de origem desconhecida, em portadores de doenças inflamatórias intestinais, em análise do intestino delgado em pacientes que apresentem anemias, cólicas abdominais de causa obscura e no monitoramento de câncer colo retal. Além disso, ela também pode ser realizada em casos de contraindicação de pacientes a sedação que necessitem fazer endoscopia ou colonoscopia. “As vantagens de usar a cápsula na investigação é que quase não existe complicações. Ela é menos invasiva e praticamente todos os pacientes podem fazer o exame. É um procedimento novo, mas nós aqui na Clínica já o realizamos, a um tempo, com segurança”, completa Jaime. Como funciona A cápsula endoscópica possui uma micro câmera, um sistema de iluminação, uma antena transmissora que ao ser ingerida percorre todo o tubo digestivo. Ela é ligada um sensor acoplada a um cinto que fica preso ao paciente, que emite uma série de imagens durante o percurso. Ao engolir a cápsula, o paciente pode voltar às atividades normais, retornando ao consultório apenas para devolução do receptor externo. “O exame é feito no próprio consultório de forma segura, não requerendo internação ou observação após a sua realização”, finaliza o médico.