Um dos diferenciais do Hospital Socimed é seu Pronto Atendimento Pediátrico 24 horas, que além de Pediatras, conta com clínicos gerais e também com vários especialistas em regime de sobreaviso. Neste período de isolamento social, o PA teve que se adaptar ao atendimento relacionado à Covid e para outras situações clínicas.
O pediatra Marcio Alcides Molinari lembra que o movimento no Pronto Atendimento Pediátrico caiu de forma considerável, uma vez que as crianças cumpriram o isolamento social e provaram que o mesmo funciona para conter toda e qualquer doença infectocontagiosa. “Como a maior parte das doenças na faixa etária pediátrica são de cunho viral e a transmissão geralmente é de pessoa para pessoa, elas isoladas em domicílio acabam não adoecendo tanto”, ressalta o pediatra da Socimed.
Neste caso, segundo ele, o PA nesse período de pandemia acabou tendo um aumento de atendimentos relacionados a traumas, vindo muito mais crianças com fraturas do que com doenças infectocontagiosas. De qualquer forma, acrescenta Dr. Marcio, o PA foi estruturado em duas modalidades: uma para aqueles pacientes que tenham sintomas que possam estar relacionados a Covid e outro para os que não estão relacionados a estes casos. São fluxos distintos dentro da mesma instituição.
Os pacientes com Covid entram por uma porta e os que não têm sintoma entram por uma outra. São pacientes que não se encontram no ambiente do PA, oferecendo segurança aos dois grupos. É o mesmo profissional, mas em setores diferentes do hospital e paramentado de forma diferente.
Na faixa etária pediátrica, o Pronto Atendimento têm registrado alguns casos de atendimento de Covid e com ocorrência de internação. Mas, segundo o médico, é um número pequeno. “Se elas estão isoladas, o contato social é menor. O que traz risco de contágio é o contato social. Isto acontece muito mais com os adultos e jovens do que as crianças”, pontua o pediatra.
É comprovado que a maior parte das crianças são contaminadas em ambiente domiciliar, tendo em vista que a circulação delas é mínima.
“Já tivemos bebê de 15 dias de vida internado no Hospital Socimed com Covid positivo e ele não foi para a rua. Mas foi alguém que trouxe para dentro de casa. Estas crianças estão pegando pelo contato com os pais ou por outros familiares”, ressalta.
No caso dos estabelecimentos escolares, segundo o pediatra, se a escola vai trazer um incremento de crianças contaminadas ou não, vai depender de dois fatores básicos. O primeiro, vale o bom senso por parte dos pais: ou seja, qualquer mínimo sinal de adoecimento por parte da criança, ela não deve ir às aulas presenciais e a instituição deve ser comunicada da situação.
O segundo ponto vai depender também das medidas adotadas pelas escolas. O surgimento de casos suspeitos ou confirmados de aluno, vai ter que ativar uma reação em cadeia por parte da escola, com isolamento de um ou de vários estudantes, para resguardar a saúde dos demais. “É isto que vai impactar diretamente sobre a manutenção das escolas abertas ou não neste ano. É o bom senso dos pais e os protocolos de segurança adotados pelos estabelecimentos”, acentua.
O fato é que a pandemia gerou estresse em todo mundo, tanto em crianças como nos adultos e por isso se tem pago um preço em se passar por um isolamento e com uma série de restrições. Nas crianças isto não é diferente.
Na constatação do pediatra, o que se tem percebido são alterações de sono, de humor e atraso no desenvolvimento em função da falta de interação social. “Estão isolados em casa, as vezes com um único cuidador que não tem intenção de brincar e de interagir o tempo todo. Isto desencadeia estresse nesta faixa etária e gera algum tipo de estrago na saúde psicológica destas crianças. Isto é uma realidade”.
A expectativa do pediatra é que, neste ano, com as atividades escolares presenciais, este prejuízo se minimize. “Se efetivamente vai acontecer ou não, só o tempo dirá”.