Nos últimos anos o setor ferroviário evoluiu gradativamente em todo o Brasil. Entre 1997 e 2018 a movimentação de cargas teve um aumento de 125% em toneladas úteis e os investimentos ultrapassaram R$105 bilhões, sendo a média anual de R$4,78 bi.
O número da frota de locomotivas e vagões também cresceu durante este período. Quanto às locomotivas houve uma elevação de 204,59%, de 1.154 para 3.515 unidades, já quanto aos vagões, o incremento foi de 159,45%, de 43.816 para 113.680. Além disso, houve um salto de quase 140% na geração de empregos diretos e indiretos em relação a este setor.
Baixo custo, alta eficiência energética, grande capacidade de carga, índice de acidentes reduzido, melhores condições de segurança da carga, menor poluição do ambiente e menor custo para a sociedade são algumas das vantagens do modal ferroviário. Por aqui, a expansão do setor ainda está no papel.
O Corredor Ferroviário de Santa Catarina, se implementado, ligará o Oeste ao Leste do Estado, abrangendo as regiões Oeste, Norte e Sul do Estado e ampliando a capacidade instalada em seu conjunto. Apresentará, também, uma Taxa de Retorno Social elevada.
Para muitas pessoas, o fato da malha Tereza Cristina não se conectar ao restante da malha Catarinense e nacional é uma restrição, pois assim não há um sistema ferroviário estadual integrado ao País. Com a ampliação, esse obstáculo seria sanado e os benefícios ao Estado são muitos.
A proposta do projeto do Corredor Ferroviário de Santa Catarina foi apresentada pela direção da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) na Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos (AREA) e segundo o seu presidente, Ney Francalacci Bittencourt, foi de fundamental importância para se conhecer um projeto que irá alterar todo o sistema ferroviário. Para ele, sua implementação irá desencadear um novo processo econômico para Santa Catarina e seu projeto deveria receber apoio total de todas as áreas produtivas.
Com a implementação de um sistema ferroviário eficiente, haverá a possibilidade de conexão com os portos de Imbituba, Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul e Itapoá, aumentando, assim, a capacidade de movimentação de cargas e de passageiros.
De acordo com estudos comparativos até 2030, mercadorias como derivados de petróleo, revestimento cerâmico e metalmecânicos devem dobrar os números referentes às exportações. Entre as principais cargas a serem exportadas estão granéis agrícolas, carnes processadas, aves e suínos, entre outras.
Novo Sistema Ferroviário
O novo Sistema Ferroviário garantirá a eficácia da logística do Estado, sendo um alimentador intermodal que complementará o elo da cadeia (rodovia, ferrovia, porto), o que representa a integração catarinense, permitindo fluxos ferroviários ao mercado nacional, por meio das ferrovias e rodovias, e ao mercado global com as conexões com os portos. Será também, o corredor de alimentação da indústria do agronegócio, localizada principalmente no Oeste de SC, reduzindo custos logísticos e de produção, permitindo, assim, a retenção das indústrias em solo catarinense.
Também é notório que nos últimos anos as ferrovias têm contribuído muito com as comunidades onde estão inseridas. A FTC, por exemplo, atua em 14 municípios da região Sul e com suas 11 locomotivas e 250 vagões transporta o carvão mineral para geração de energia elétrica, e cargas em contêineres, atendendo o Porto de Imbituba. Toda esta movimentação traz renda, oportunidades e empregos, incrementando ainda mais a economia local e regional. Com a ligação à malha estadual e nacional, num sistema logístico eficiente, o desenvolvimento tende a ser sustentável e promissor.