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Geral
25/06/2019 18h11

Excesso de exames para rastrear doenças pode ser desnecessário e até prejudicial

Segunddo a Drª Gigliolle Romancini de Souza Lin, Médica de Família e Comunidade da Unimed Personal de Tubarão, existe o risco de que “fazer exames apenas por fazer” pode levar, em última análise, à realização de algum procedimento potencialmente perigoso em pessoas que nada sentem.
Excesso de exames para rastrear doenças pode ser desnecessário e até prejudicial
A prática de rastreamento, como os check-ups anuais, consiste na tentativa de detectar doenças em fase inicial por meio de procedimentos clínicos ou de exames em pessoas que não apresentam nenhum sintoma. “Embora, culturalmente, se tenha criado o hábito de realizar todo o tipo de exames preventivos, a prática excessiva de exames de rastreamento não deve ser a prioridade na organização dos cuidados em saúde, uma vez que é muito difícil determinar, em cada pessoa, quais exames e, em que momento, eles devem ser feitos”, acentua a Drª Gigliolle Romancini de Souza Lin, Médica de Família e Comunidade da Unimed Personal de Tubarão. Além disso, segundo ela, existe o risco de que, “fazer exames apenas por fazer” pode levar, em última análise, à realização de algum procedimento potencialmente perigoso em pessoas que nada sentem. Em se tratando de Atenção Primária à Saúde, a prática de check-up pode ser comparada à decoração de um bolo que, antes de mais nada, para ser feito, precisa dos ingredientes fundamentais, sendo estes: o cuidado continuado ao indivíduo, o atendimento acessível, personalizado, centrado na pessoa, voltado para a família, de boa qualidade e a prática de hábitos de promoção da saúde, como atividade física e alimentação saudável. Ressalta a médica que, dessa forma, é importante lembrar que o fato de realizar exames periódicos sem uma avaliação integral e pormenorizada não são garantias de uma vida melhor e mais saudável se não vier acompanhado de mudanças efetivas de comportamento, como a adoção de hábitos mais saudáveis de vida. “Sabendo disso, toda solicitação de exames, ao contrário do que se apregoa em diversos veículos de informação, deve ser seletiva, cuidadosa e baseada em princípios científicos que levem em conta, além do gênero e da idade, o tipo de doença específica a rastrear, a confiabilidade dos resultados, a eficácia e a segurança dos tratamentos existentes”, pontua a Drª Gigliolle Romancini. Assim, a simples disponibilidade de um exame de rastreamento para certa doença não é suficiente para justificar sua realização. “Toda solicitação de exames de rastreamento, ou seja, quando não há sinais e sintomas, deve ser realizada após conversa com um médico para que o conjunto de exames e a periodicidade seja direcionada pelos riscos individuais”, avalia. EXAMES O médico também deve compartilhar informações com a pessoa atendida acerca do que um diagnóstico em uma fase assintomática pode representar, quais riscos de sequelas ou complicações estão ligadas ao tratamento, quais os benefícios reais que o tratamento em uma fase imediata tem sobre um tratamento mais tardio, e, talvez, melhor planejado, além da possibilidade - pequena, mas real - de um exame indicar uma doença que de fato não existe, ou, ao contrário, deixar de apontar uma doença existente. Todas essas possibilidades, segundo a médica, permeiam o fato de que a solicitação de exames de forma não criteriosa leva ao sobrediagnóstico, que é quando uma pessoa sem sintomas é diagnosticada com uma doença que não levaria a grandes repercussões e nem à morte. “Outro grande risco da realização de exames desnecessários é o sobretratamento, que é a prescrição de medicamentos ou procedimentos sem a garantia de benefício ao paciente, afinal de contas, deve-se tratar a pessoa e não o exame em si”, acentua Drª Gigliolle. PRECEITOS ÉTICOS Diante de todas essas informações, a Unimed Tubarão traz uma resposta ao tratamento médico que pode fazer mais mal que bem, ao excesso de medidas diagnósticas, às intervenções desnecessárias, ao excesso de medicalização e aos exames complementares sem controle. “Pretende-se, assim, chamar a atenção para a realização de procedimentos apenas dentro dos preceitos éticos e baseados nas mais atuais e respaldadas evidências científicas. Tal objetivo só pode ser plenamente alcançado mediante uma consulta médica personalizada que identificará, em cada pessoa, quais os exames ideais e verdadeiramente necessários a serem realizados”, conclui. Colaboração: João Batista Guedes.
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