Geral
16/05/2019 09h59
Corpo de professor tubaronense é encontrado em apartamento em Araranguá
Rui Miguel de Carvalho Júnior sofria depressão. Seu corpo foi encontrado suspenso por um lençol na escada do apartamento no centro de Araranguá.
A guarnição da polícia militar foi acionada por volta de 18 horas, desta quarta-feira (15), para atender uma solicitação de vizinhos de um apartamento duplex no centro de Araranguá. No local constatou a morte do professor tubaronense Rui Miguel de Carvalho Júnior. Depois de dois dias sem dar notícias, suscitou a preocupação dos vizinhos. Um destes foi até a marquise do prédio e olhou para dentro do apartamento e se deparou com o corpo suspenso por um lençol na escada.
Embaixo da porta havia um bilhete (de acordo com pessoas próximas) da ex-mulher de Rui. A separação pode ter sido o gatilho motivador deste ato de desespero?
A PM entrou pela marquise e abriu a porta, que estava chaveada por dentro. O Instituto Geral de Perícias (IGP) e o Instituto Médico Legal (IML) atuaram no caso. Havia sinais post-mortem – como inchaço e esverdeamento, que indicavam que o corpo estava no local entre 18 e 36 horas. A necropsia deverá confirmar a causa mortis como suicídio.
Dentro da casa, os pertences que apontavam para a carreira do professor, pesquisador e cientista. O corpo está no IML e deverá ser liberado para um parente de primeiro grau, para que seja feito o atestado de óbito e liberar o corpo para encaminhamento dos funerais.
De acordo com fontes ligadas ao Colégio Murialdo, fazia poucos dias que o professor Rui havia sido contratado para lecionar a disciplina de Física.
Amigos lamentam a morte do professor
Amigos e familiares lamentaram a morte prematura do professor, pesquisador e cientista. "Soube agora, por meio do Post.tv.br, veículo de comunicação de Araranguá, que meu ex.colega de trabalho, de Unisul, professor e pesquisador Rui Miguel de Carvalho Júnior, tirou a própria vida. Difícil compreender o que se passa na cabeça de um ser humano e o que levou Rui a optar pela forma prematura do seu fim. Depressão seria uma hipótese, disse o post.
Enquanto a humanidade seguir navegando (ou naufragando) num mundo de relações superficiais, materiais, hipócritas e de pontos de vista totalitários, suicídio seguirá sendo tabu, tirando do nosso convívio milhares de pessoas que seguirão caladas, angustiadas, órfãs de atenção, carentes de si mesmas e clementes por acolhimento, marchando para o mesmo (e trágico) fim. Infelizmente, o Brasil já tem 1 caso de suicídio a cada 46 minutos. Quando menos se espera, o problema poderá estar aqui, ali, acolá, aí, no meu e no seu lado. Não espere pelo outro: quando alguém lhe der um mísero sinal de alerta demonstrando, sinalizando ou dizendo “eu não estou bem”, não hesite em proporcionar momentos de humanidade, de atenção e de carinho. Uma palavra assertiva pode mudar tudo. Depressão não é opção, é doença e tem cura. Suicídio não é tabu, é coisa séria e dialogar abertamente sobre o tema, sem preconceitos, pode salvar vidas. Minhas sinceras condolências aos familiares e amigos do Rui", refletiu o amigo Willian Máximo em suas redes sociais.
A carreira de Rui Miguel de Carvalho Júnior
Graduado em química pela Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL (2004), mestrado em engenharia e ciências térmicas pela Universidade Federal do Paraná – UFPR (2010) e doutorado em química analítica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2016). Participou de um projeto de cooperação entre os EUA e Brasil, atuou com modelagem matemática de processos de geração de energia por gaseificação no U.S. Departament of Energy – National Energy Technology Laboratory (2010-2011). Tem experiência na síntese e na caracterização de biodiesel de microalgas.
É especializado principalmente em espectrometria atômica, atuando em ICP-MS, ICP-OES e em AAS (fonte de linha e de alta resolução com fonte contínua).
Desenvolve métodos analíticos para a determinação de elementos traço em amostras geológicas, ambientais, biológicas e industriais com ênfase em validação e otimização de metodologias analíticas utilizando principalmente digestão assistida por microondas, bloco digestor, ultrassônico e amostragem direta de sólidos.
Com informações de Post TV